sexta-feira, 26 de agosto de 2011

METODOLOGIA CIENTÍFICA - METÓDOS INDUTIVO E DEDUTIVO

O PROBLEMA DO MÉTODO NA FILOSOFIA DO DIREITO - um breve exemplo

SUMÁRIO SOBRE OS MÉTODOS:

Métodos positivistas.
Enfatiza a ciência e o método científico como única fonte de conhecimento, estabelecendo forte distinção entre fatos e valores.
O método indutivo.
O método dedutivo.


A indução apresenta duas formas:
- A indução formal. Aristóteles.
- A indução Incompleta ou científica. Galileu e Bacon.

O método dedutivo.
O método dedutivo é um método lógico que pressupõe que existam verdades gerais já afirmadas e que sirvam de base (premissas) para se chegar através dele a conhecimentos novos.

Na dedução se as premissas são verdadeiras a conclusão será sempre verdadeira.

O método hipotético-dedutivo.

Consiste na construção de conjecturas, que devem ser submetidas a testes, os mais diversos possíveis, à crítica intersubjetiva, ao controle mútuo pela discussão crítica, à publicidade crítica e ao confronto com os fatos, para ver quais as hipóteses que sobrevivem como mais aptas na luta pela vida, resistindo, portanto, às tentativas de refutação e falseamento.

Método estruturalista.
O que importa no modelo estruturalista é o estudo das relações entre os elementos.

Método dialético.
No universo nada está isolado, tudo é movimento e mudança, tudo depende de tudo.

EXPOSIÇÃO

O escopo do presente trabalho é tentar nortear alguns dos principais aspectos de suma importância à filosofia do direito, que é o método.
O singelo trabalho também enfatiza alguns dos principais pensadores e suas respectivas obras, através de uma linguagem simples.
Precipuamente cabe destacar que na doutrina de José Cretella Júnior, prescreve que o caminho escolhido, estas ou aquelas serão as consequências advinhas. Uma via errada ou inadequada conduzirá a resultados muito diferentes daquelas que a exatidão cientifica exige, razão pela qual, na procura de procedimentos racionais, no indagar das vias apropriadas, é necessário descobrir a rota exata que conduza com maior rapidez e com maior rigor aos fins perseguidos.
Assim como nas ciências físico-naturais há um caminho adaptado aos objetos do mundo físico-objetos naturais -, assim também na ciência jurídica se exigirá um tipo de método que se amolde ao mundo cultural em que se movimenta o direito. Não quer isto dizer que este método não se amolde ao mundo cultural em que se movimenta o direito, tudo dependendo da posição filósica tomada, porque para o empirista jurídico o direito é objeto natural e, como tal, deve ser tratado.
Do mesmo modo que não é indiferente, na maioria das vezes, escolher a via terrestre, marítima ou aérea para chegar a determinado ponto situado, respectivamente, na terra, no mar ou no ar, porque o veículo ou instrumento selecionar no mundo das ciências e da filosofia quais as vias mais adequadas para a perfeita integração sujeito-objeto.

CONCEITO DE MÉTODO
O caminho trilhado pelo sujeito para a descoberta da verdade, caminho este assinalado por um conjunto de normas do pensamento humano, recebe o nome de método, do grego meta=além de, e ódos = caminho, via.
O método tem por finalidade conduzir o sujeito ao objeto, ao conhecimento, à verdade, sendo esta a adaequatio intelectus et rei, conforme a afirmação tomista.

"A arte de bem dispor uma sequencia de diversos pensamentos, ou para descobrir a verdade, quando a ignoramos, ou para prová-la aos outros , quando já a conhecemos", segundo Descartes “o método é indispensável para orientar a razão e buscar a verdade nas ciências”. O modo racional de conduzir o pensamento para chegar a determinado resultado e, em especial, para descobrir a verdade, é o complexo de regras às quais deve ater-se a mente humana nos seus processos cognoscitivos.

A ideia de método é sempre a de uma direção suscetível de ser definida e regularmente seguida numa operação do espírito.
Cabe a metodologia o estudo e classificação dos métodos peculiares às diversas ciências.

A definição, a classificação e a escolha do método merecem toda atenção, porque método e objeto se acham estreitamente unidos e da boa escolha do caminho vai depender a apreensão mais rápida e mais perfeita da verdade.

ESPÉCIES DE MÉTODOS
Dividem-se os métodos em duas grandes classes, os métodos discursivos e os intuitivos.

Os discursivos, também denominados de interferência remota, mediata ou indireta, consistem numa série de procedimentos sucessivos em torno do objeto, para apreendê-lo, por meio de proposições e discursos que progridem em sucessivos envolvimentos. Por meio de esforços dialéticos, concretizados em juízos enlaçantes, o espírito humano procura apreender o objeto. Ao invés de caminhar diretamente para o objeto, o espírito caminha em círculos concêntricos até o enquadramento exato do alvo colimado.

Os métodos intuitivos, também denominados de interferência imediata ou direta, consistem numa operação total, única e indivisa do espírito , que se projeta sobre o objeto e o domina, abrangendo-o numa só visão ou intuição, sem que nenhum discurso, proposição ou juízo se interponha entre os termos constitutivos do binômio do conhecimento, sujeito e objeto.
Se intuição é visão, se intuir é ver (do latim intueri=olhar, ver), o método intuitivo permite que o espírito veja o objeto, sem interposição alguma.
Tanto os métodos discursivos como os métodos intuitivos apresentam modalidades, assim agrupadas:

Métodos discursivos: dedutivos, indutivo e crítico de Aristóteles e Bacon.

Métodos intuitivos: sensível, espiritual, de Bergson, Dilthey, Husserl e Heidegger, sendo estes intelectivo, emotivo e volitivo.
O Método dedutivo ou dedução foi conhecido na Grécia, tendo sido estruturado por Aristóteles e levado ao extremo, na Idade Média, pelos escolásticos que, partindo de premissas consideradas provadas, chegaram a conclusões audaciosas ou absurdas, desmentidas mais tarde pelo progresso científico, levado a efeito no campo das ciências físico culturais .
O método de Aristóteles consistia nas formas indutiva e dedutiva de raciocinar. O raciocínio dedutivo consiste em argumentar do geral para o particular.

Dedução é a operação do espírito que consiste na passagem de uma proposição ou de um pequeno número de proposições gerais a outra proposição, menos geral, que é a sua consequência necessária, em obediência, tão só, às leis da lógica. Exemplo típico de método ou raciocínio dedutivo é o silogismo, o qual muitos identificam, sem razão, com a dedução.

O método indutivo ou indução, também conhecido desde Aristóteles, recebeu nova formulação com Bacon. A indução aristotélica é também denominada completa ou integral; a indução baconiana é denominada amplificadora. A indução aristotélica baseia-se na enumeração total das espécies de um gênero ou dos indivíduos de um conjunto, como quando se conclui que "os planetas descrevem elipses em torno do sol”, porque o que afirmamos para cada um dos planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão), que constituem uma coleção, afirmamos numa só proposição, para todo o gênero. Daí, Ter Port Royal afirmado que "a indução não é meio certo de conhecer uma coisa, a não ser quando estamos certos de que é completa.”.

Conclusões indutivas são perigosas, pois generalizações de premissas verdadeiras podem levar a uma falsa conclusão. O primeiro a perceber o caráter incerto de conclusão indutivo foi Aristóteles, mas o primeiro a formulá-lo de forma mais precisa foi David Hume (1711-1776). Humes formulação do problema acentua o caráter temporal das induções: De afirmações sobre o passado e o presente não podem ser deduzidas prognoses absolutamente seguras sobre o futuro. Ou seja, mesmo que todos os cisnes até hoje observados sejam/tenham sido brancos, não se pode afirmar com absoluta convicção que todos os cisnes sempre serão brancos. Um exemplo mais humorístico oferece Bertrand Russell: um peru que todas as manhãs recebia ração estaria errado ao supor que no dia 24 de dezembro também receberia ração: neste dia ele foi para a panela.

A validade universal de uma hipótese científica não pode ser verificada definitivamente através de um número finito de observações, medições e experimentos.

O problema da insegurança de conclusões indutivas foi reforçado por Nelson Goodman no século XX Conclusões indutivas não são somente possivelmente erradas, mas também em alguns casos contraditórias.
DAS DIVISÕES DO MÉTODO
O método intuitivo ou intuição não procede por degraus, por partes, mas de uma vez. Sem nenhuma interferência prévia, o espírito capta o objeto com uma só operação instantânea. Nada se pergunta ao raciocínio, nada se indaga à razão, motivo porque a intuição é denominada por alguns de irracionalismo.
Dividem-se em:
Intuição sensível ou sensória: o sujeito capta imediatamente as manifestações do mundo, representa os objetos dentro de si, individualmente e, por isso, vale este método apenas para os casos particulares que, por meio das sensações, são revelados, um a um, ao sujeito cognoscente.
Intuição espiritual: que consiste na imediata projeção do espírito sobre o objeto, como, por exemplo, quando vemos, num relance rápido da mente, que "uma coisa não pode ser e não ser o mesmo tempo", isto é, intuímos, diretamente, sem auxílio de demonstração e dos sentidos, mas com imediata evidência.
A intuição espiritual divide-se em:
Intelectual: é um ver com inteligência;
Emotiva: é um ver acentuadamente místico, que encontra na antiguidade um insigne representante em Plotino, revela-se a cada passo na obra de Santo Agostinho, sendo que para este “a verdade esta no interior do homem";
Volitiva: é a realidade existencial do objeto, levando o ser a entender a existência do ser.

OS MÉTODOS E OS GRANDES PENSADORES


O Método Indutivo de Bacon
Bacon propõe como processo de busca do conhecimento o método indutivo. Contudo, preocupa-se em distinguir seu método da indução aristotélica que julgou ser puramente lógica e incidente sobre a natureza, aparecendo como simples enumeração de casos particulares. O objetivo da indução para Bacon foi atingir os princípios dos fenômenos através da generalização. Para tanto, ele fez da experimentação a base de seu método, mas, sem pretender prescindir do intelecto. Bacon considerava a razão como indispensável na análise e exclusão dos casos particulares, porque acreditava que os sentidos são simples fornecedores de informações ordinárias e não conclusivas. Bacon fez a apologia do método experimental, propondo a indução como condição para alcançar os princípios mais gerais dos fenômenos, não ficando limitada ao fato particular.

O método permitiu remontar gradualmente os dados pela exclusão dos casos particulares, cuja escolha ou exclusão eram determinadas pelas sucessivas experiências até que se atingisse a verdadeira natureza do fenômeno. As Tábuas foram os instrumentos propostos por Bacon com a finalidade de sistematizar os dados, recolhendo-os da natureza de acordo com uma ordem idônea, bem apropriada às exigências do intelecto:

As tábuas de Presença agrupam os aspectos conhecidos sobre as "circunstâncias em que certa 'natureza', por exemplo, o calor, habitualmente se apresenta".

As tábuas de Ausência agrupam "aqueles casos que são privados da natureza em questão, embora estando próximo ou ligados àqueles que a apresentam".

As tábuas de Grau ou Comparativas agrupam "aquelas instâncias ou casos em que a natureza procurada se encontra em diferentes graus, maiores ou menores; o que deve fazer-se comparando o seu aumento e a sua diminuição no mesmo sujeito ou comparando sujeitos diferentes, confrontados um com o outro".

A partir dos dados recolhidos, inicia-se a indução propriamente dita, comparando primeiramente as naturezas excedentes, negativas, e em seguida inicia-se a parte positiva da indução que indicará uma hipótese provisória chamada "primeira vindima". Esta hipótese será posta a prova através das instâncias prerrogativas, que variam em vinte e sete espécies chamadas instâncias: solitárias, migratórias, impressionistas, clandestinas, manipulares, analógicas, etc... A instância decisiva foi denominada "instância crucial".

Todo processo de indução visou estabelecer a causa dos fenômenos naturais. Para Bacon a causa é a forma, apesar de negar Aristóteles, ele reportou-se diretamente ao significado aristotélico de forma substancial. Entretanto, Bacon afirmou que a busca e a descoberta da forma deve ser fundamentada em um processo experimental e não em processos conceituais. Segundo Abbagnano (1982), Bacon apesar de ter reconhecido a estrita conexão entre a ciência e o poder, tornando-se "o profeta da técnica", não considerou o papel definitivo da matemática dentro da ciência moderna.

O Método de Sócrates: A Maiêutica e a Dialética de Platão

Sócrates usava o método de perguntas e respostas, que consistia em ajudar as pessoas por mais ignorantes e incultas que fossem, a gerar dentro de suas mentes toda a sabedoria incubada não revelada anteriormente, criando ambiente favorável para que os indivíduos dessem a luz às suas ideias. Desse modo Sócrates era tido como um "parteiro", ajudando no parto da manifestação da sabedoria mesmo do mais humilde escravo, por acreditar que a verdade é inata à mente humana, bastando para tanto fazer com que elas ponham tudo para fora.
Tanto Sócrates, como Platão que foi seu discípulo, acreditavam que a verdade era inata a todos os homens que a conheciam em uma existência prévia. E assim que a pergunta de modo acertado é feita, a memória da pessoa é estimulada a evocar aquilo que já sabe.

O método de perguntas e respostas é muito interessante em muitas ocasiões, como forma de conhecer-se a verdade contida em cada pessoa humana, contudo os conceitos de Sócrates são duramente criticados por filósofos contemporâneos, quanto às capacidades inatas do homem, principalmente por afirmar a sua preexistência.

Outro fator dentro deste método que é olhado com certa desconfiança é o fato de que quem pergunta poderá levar o perguntado a predispor a resposta, assim a sabedoria está com aquele que pergunta e não com aquele que é perguntado.

A filosofia contemporânea acredita que a mente humana começa como uma tabula rasa, que com o decorrer dos anos vai somando ideias e experiências.
Dialética - Em Platão a dialética é o processo pelo qual a alma se eleva, em degraus, da realidade sensível ao mundo das ideias. É um instrumento de busca da verdade. É o aperfeiçoamento da maiêutica de Sócrates.

Em Hegel, é o movimento racional que nos permite superar uma contradição. Assim, na história vemos uma tendência, e a ela volta-se uma oposição, criando uma tensão, que é superada por uma nova tese que traz a solução. É o movimento tese, antítese e síntese. Não se restringe apenas a história, mas deve ser encarada como parte do real, uma forma de pensar evolutiva.
O Método De Aristóteles: A Lógica
As investigações lógicas tiveram início com os antigos filósofos gregos. Foi Aristóteles quem primeiro estabeleceu regras para nortear a construção de raciocínios corretos, capazes de servir a ciência. Para Aristóteles, a lógica seria um instrumento para a ciência e a filosofia. A lógica Aristotélica estava, assim, a serviço de uma explicação da realidade e baseava-se na distinção entre verdadeiro e falso. Por outro lado, representava, sobretudo um esforço de correção da linguagem natural, permanecendo quase completamente nos limites dessa linguagem feita de palavras. Preocupava-se com as palavras (termos) e com as proposições e raciocínios construídos com essas palavras. Investigando os tipos de raciocínio, Aristóteles atribuiu grande importância àquele que chamou de silogismo de duas proposições dadas (por exemplo, "Todos os homens são mortais" e "Sócrates é homem") deve decorrer necessariamente uma determinada conclusão ("Sócrates é mortal").

O Método de Galileu:
A confiança que Galileu mantinha na verdade da filosofia natural era assegurada pela investigação direta da natureza, através do uso de instrumentos e das experiências que comprovaram suas teorias matemáticas. "Só o livro da natureza é o objeto próprio da ciência e este livro é interpretado e lido apenas pela experiência".

Com este argumento, Galileu se opôs ao pensamento escolástico reacionário do século XVI, que havia esquecido os princípios empiristas de Aristóteles e Tomás de Aquino, ficando preso ao conhecimento livresco do "mundo de papel".

Outro ponto de suma importância no método experimental é a relação estabelecida entre a observação da natureza e o raciocínio matemático.
Galileu objetivou e quantificou os elementos naturais, tomando como cientificamente válidas as qualidades mensuráveis dos corpos, considerando as qualidades não mensuráveis como qualidades sensíveis determinadas pelo sujeito e não pelo objeto.

A realidade objetiva e matemática dispensaram as determinações conceituais genéricas como "grande", "pequeno", "próximo" ou "distante", bem como as determinações sensíveis, sons, odores, sabores ou cores, adotando as determinações mensuráveis e os padrões quantitativos como extensão, distância e tempo.

O Método de René Descartes
Descartes definiu seu método como um conjunto de regras que, devidamente observadas, conduziriam ao conhecimento verdadeiro. Impossibilitado de tomar o falso pelo verdadeiro, só restaria ao seguidor do método a ampliação do conhecimento sem nenhum esforço mental inútil. Na segunda parte do Discurso sobre o método,
Descartes apresenta quatro regras fundamentais:
Regra da evidência: Jamais aceitar alguma coisa como verdadeira, se isto não for evidente, caso a coisa não se apresente clara e distintamente ao espírito sem deixar margem de dúvida, não pode ser considerada como verdadeira. Esta não é uma regra conclusiva, entretanto, é uma regra exclusiva, caso a proposição não atenda a condição de verdade evidente, deve ser imediatamente excluída. "O acto com que o espírito atinge a evidência é a intuição". A intuição é puramente racional e, por sua imediatividade, opõe-se à conjectura e antecede à dedução, de forma instantânea a mente colhe seu o próprio conceito e se torna transparente para si mesma.
Regra da análise: Em geral, uma dificuldade é um conjunto de pequenos problemas, a análise da questão procura separar detalhadamente todas as partes do problema em maior número possível, entender as particularidades de cada uma e sua função como componente do todo. Agindo desse modo, elimina-se as complicações supérfluas e torna-se mais simples o problema, ordenando sua solução em torno da resolução das dificuldades encontradas em cada uma das partes.
Regra da síntese: A partir do desmembramento de uma dificuldade em pequenos problemas e da solução dos problemas em partes, deve-se conduzir os pensamentos por ordem, começando pelos objetos mais simples e fáceis de se conhecer e aos poucos ir rejuntando as partes e elevando o grau de complexidade das questões. Esse processo exige um procedimento ordenado análogo ao da geometria e prescreve que todo saber possa ser ordenado dessa forma. A ordem assim designada é a ordem da dedução, que é outro ato fundamental do espírito humano. A ordem dedutiva parte das coisas simples que Descartes chamou de absolutas para as mais complexas e interdependentes, que devem ser deduzidas e são denominadas relativas.
Regra da enumeração: "Fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais que se fique certo de não omitir nenhuma. A enumeração controla a análise, enquanto a revisão controla a síntese.”.
A partir da intuição, desencadeia-se o processo dedutivo para comprovar e explicar uma tese. O problema é repartido através da análise e os dados analisados são recompostos através da síntese. O controle do processo é feito através da enumeração, que garante o rigor científico da comprovação.
O Método de Gottfried Wilhelm Leibniz
Considerado um dos filósofos realmente a altura de um Aristóteles ou de um Descartes, teve uma autoridade científica indiscutida, tanto em matérias de jurisprudências, filosofia, física, matemática e teologia.
Teve a percepção clara de onde se encontrava a falha, ou defeito, isto é, o ponto fraco do empirismo inglês, apesar de não conhecer da matéria nada além do que a obra de Locke. Apesar disso, bastou-lhe o conhecimento das obras de Locke para se chegar ponto central onde estava a originalidade e ao mesmo tempo, a falha, o perigo do empirismo inglês. Viu de imediato que a falha consistia no seu intento de reduzir o racional a fático; a razão a puro fato, porque há uma contradição fundamental nisso:
Se a razão se reduz a puro fato, deixa de ser razão; se o racional se converte em fático, deixa de ser racional - porque o fático é aquilo que é sem razão de ser, enquanto o racional é aquilo que é razoavelmente, quer dizer, não podendo ser de outra maneira. Em consequência, percebeu de imediato, e com grande clareza, que o defeito fundamental de todo psicologismo, ao considerar o pensamento como vivência pura, é que o racional se convertia em puro fato, isto é, deixava cair sua racionalidade como um admnículo inútil. Porém não existe nada mais contraditório que o racional deixe cair sua racionalidade, porque então o que resta é o irracional.
A TEORIA DOS OBJETOS
Correlato ao problema do método e aprofundamento ao sujeito é o problema do objeto.
Desse modo, o sujeito procura captar o objeto através do método.
Tão importante é o estudo do objeto, que uma parte da filosofia se isolou para estudá-lo - a objética, que é a ciência dos objetos.
Objeto é algo que se põe diante do sujeito, algo que se lança ou se atira diante de outra coisa. Podendo ser tudo aquilo que pode ser sujeito lógico de um juízo. É tudo aquilo a respeito do que se pode predicar algo. Predica-se pelo juízo, pelo ato do intelecto que afirma ou nega algo.
Pode-se dizer que:
Objetos são:
Naturais: físicos (pedra, rio, montanha, lua, sol, vulcão) e psíquicos (memória, atenção, amor, ódio).
Culturais: como a estátua, o quadro ou os instrumentos.
Ideais: como um quadrado, um retângulo ou números.
Metafísicos: claro Deus.
Daí teremos, segundo José Cretella Júnior:1

Objetos Existência Experiência Valor Métodos
Naturais Reais Experimentais Neutros Indutivo
Culturais Reais Experimentais Valiosos Dialético
Ideais Irreais Não experimentais Neutros Dedutivo
Metafísicos Reais Não experimentais Neutros Intuitivo
Valiosos

O DIREITO NO MUNDO DOS OBJETOS:
Os adeptos da teoria do direito consideram o direito como objeto ideal, raciocinando que a Ciência do Direito ou Jurisprudência trabalha com normas e que estas não diferem daqueles com que lidam os matemáticos. Pensava o criador do normativismo, Hans Kelsen, pelo menos em sua primeira fase, quando chefiava a Escola de Viena, que o edifício jurídico era uma pirâmide de normas lógicas, apartadas da realidade e que deveriam ser vistas em suas interelações.
1.Júnior , José Cretella, 2002 , Curso de Filosofia do Direito . 8ª edição, página 61

O direito é, pois, um objeto. Objeto que decorre das relações humanas, porque sem o homem não há o direito e reciprocamente. ubi societas, ibi jus. Ubi jus, ibi societas. O direito foi construído por causa dos homens. É um construído, um produto do trabalho humano.

MÉTODOS DA FILOSOFIA DO DIREITO
No estudo do complexo fenômeno jurídico, dada a natureza toda especial desse objeto, qual das vias deve ser selecionada pelo espírito humano para surpreender essa constante da história da humanidade.
Compete a filosofia do direito, lógica, deontológica e fenomenológica.
Filosofia do Direito é a disciplina que define o direito em sua universalidade lógica, investiga os fundamentos e os caracteres gerais de seu desenvolvimento histórico e o valora segundo ideal da justiça traçado pela razão pura.
O método dedutivo como o mais adequado às duas primeiras investigações e o método indutivo como o mais adequado à indagação fenomenológica, explicando a seguir que o primeiro desses métodos compreende duas modalidades, o genético, que observa as fases originárias e o comparativo, que faz o confronto dos vários sistemas jurídicos. Pedro Lessa, que atribuiu a esta matéria extraordinária importância, a ponto de colocá-la em primeiro lugar nos estudos que empreendeu sobre esta disciplina, acentua que determinar com precisão o método adequado ao estudo desta disciplina fora resolver a mais grave dificuldade. 2

2."Lessa , Pedro, Estudos da Filosofia do Direito, página 3".
Depois de estudar os métodos dedutivo e indutivo relega o primeiro plano secundário, inclinando-se de modo manifesto para o segundo.
Del Vecchio apreendeu de modo admirável o aspecto metodológico, no campo da filosofia do direito, e numa expressiva simplificação didática da matéria, mostrou a adequação de cada método ao respectivo campo de estudo e ao objeto visado.

Não basta, muitas vezes, um só método, visto que o objeto se apresenta com vários aspectos e todos precisam ser atingidos.
Se para atingir o acidente geográfico distante, situado de tal modo que uma parte se localiza na terra firme e outra avança pelo mar, sendo, porém, inacessível o cume por qualquer destas duas vias, terra ou mar, é necessária a utilização conjunta de muitos processos combinados e de veículos e máquinas que o captem por todas as vias possíveis, terra, mar e ar, a fim de completar-se o integral apressamento, assim, também cumpre não esquecer que o mesmo problema (aspecto material), encarado sob os ângulos diversos (aspecto formal), só poderá receber completa solução quando se utilizam, simultaneamente, muitos métodos.
Desse modo, no estudo do direito, que é uma unidade proteiforme, não basta lançar mão apenas de um método, mas de vários, conforme o ângulo ou ângulos que o sujeito cognoscente pretende apreender.
A dedução é própria do racionalismo jurídico. Assim procedeu a escola do direito natural clássica, o mesmo ocorrendo com a escolástica e, em geral, com toda a escola teológica.

Santo Tomás, na suma teológica, serve-se do método dedutivo, tomando, como ponto de partida um princípio de justiça ou de direito, do qual vão derivando regras, proposições, teoremas, corolários, escólios.
No campo da técnica jurídica, a dedução aparece com toda a nitidez que lhe é peculiar. A norma, tal como se acha nos códigos, é a premissa maior, diante do caso concreto. Trata-se de deduzir um juízo jurídico particular, tomando-se como referencial uma hipótese dada, que é a disposição legal existente. A própria sentença é, para os partidários do método dedutivo, um simples silogismo, formado pela premissa maior, a lei, e a premissa menor, os fatos e ainda a conclusão a parte dispositiva da sentença. "Quem infringir este dispositivo terá a sanção X. Fulano infringiu a disposição X. Logo, Fulano terá sanção cominada".

Em nossos dias, como o inegável progresso da filosofia e seus imediatos reflexos no campo da filosofia do direito, a sentença judiciária, é o momento culminante do drama jurídico, não mais se reduz a um mero e frio silogismo.
Mais do que um silogismo, é um tomada de posição constante, em todo o decurso da lide, é a resultante de uma série infinita de atitudes valorativas.
Estudando a natureza axiológica da sentença judiciária, os modernos autores ressaltam-se os traços peculiares, mostrando-a como "a vivência normativa de um problema, uma experiência axiológica, na qual o juiz se serve da lei e do fato, mas cotejam tais elementos com uma multiplicidade de fatores, iluminados por elementos intrínsecos, como sejam o valor da norma e o valor dos interesses em conflito".
Como, sem empregar o método intuitivo, vivenciando o fato, procurando reconstituí-lo, eliminando o acessório. Do principal, transportando-se para o interior dos acontecimentos para captá-los naquilo que eles têm de característico, poderia o magistrado exprimir seu juízo valorativo, consubstanciado na sentença, dai o porquê se estuda o problema do método.

Em suma, o problema do método para a filosofia do direito para captação melhor do fenômeno jurídico é realmente difícil, devendo ser colocado sob os aspetos materiais e formais, como demonstrados no decorrer do presente trabalho.

O direito é um só. É um objeto, objeto cultural. Manifestando-se, porém, sob vários aspectos, cada um de seus ângulos vai condicionar um método especial, mais compatível com a natureza do ângulo apresentado, pelo que se conclui que, ainda aqui, todos os métodos estudados pela filosofia podem ser transportados para a filosofia do direito, tudo dependendo do momento da experiência jurídica que se pretende apreender.


CONCLUSÃO

O Método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido de antemão refletido e deliberado.

BIBLIOGRAFIA

MORENTI, Manoel Garcia. Lições Preliminares de Filosofia

JÚNIOR, José Cretella. Curso de Filosofia do Direito. 8ª edição. 2002

LESSA, Pedro. Estudos de Filosofia do Direito. 1ª edição.2000

FREITAS, Juarez. As Grandes Linhas da Filosofia. 3ª edição.

domingo, 7 de agosto de 2011

HISTÓRIA DA EDUCAÇAO NO BRASIL

INTRODUÇÃO
A História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação. E convém ressaltar que a educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu. Num programa de entrevista na televisão o indigenísta Orlando Villas Boas contou um fato observado por ele numa aldeia Xavante que retrata bem a característica educacional entre os índios: Orlando observava uma mulher que fazia alguns potes de barro.

Assim que a mulher terminava um pote seu filho, que estava ao lado dela, pegava o pote pronto e o jogava ao chão quebrando. Imediatamente ela iniciava outro e, novamente, assim que estava pronto, seu filho repetia o mesmo ato e o jogava no chão. Esta cena se repetiu por sete potes até que Orlando não se conteve e se aproximou da mulher Xavante e perguntou por que ela deixava o menino quebrar o trabalho que ela havia acabado de terminar. No que a mulher índia respondeu: "- Porque ele quer." Podemos também obter algumas noções de como era feita a educação entre os índios na série Xingu, produzida pela extinta Rede Manchete de Televisão. Neste seriado podemos ver crianças indígenas subindo nas estruturas de madeira das construções das ocas, numa altura inconcebivelmente alta.

Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade européia; trouxeram também os métodos pedagógicos.

Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia alguma coisa muito bem estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. Tentou-se as aulas régias o subsídio literário, mas o caos continuou até que a Família Real, fugindo de Napoleão na Europa, resolve transferir o Reino para o Novo Mundo. Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para preparar terreno para sua estadia no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia.

Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Basta ver que enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e em 1551 a do México e a de Lima, a nossa primeira Universidade só surgiu em 1934, em São Paulo. Por todo o Império, incluindo D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, pouco se fez pela educação brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim. Com a Proclamação da República tentou-se várias reformas que pudessem dar uma nova guinada, mas se observarmos bem, a educação brasileira não sofreu uma processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo. Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o "status quo" para aqueles que freqüentam os bancos escolares.

Concluindo podemos dizer que a Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. E é isso que tentamos passar neste trabalho. Cada tópico representa um período da educação brasileira cuja divisão foi baseada nos períodos que podem ser considerados como os mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa educação. Está dividida em texto e cronologia, sendo que o texto refere-se ao mesmo período da Cronologia.

A cronologia é baseada na Linha da Vida ou Faixa do Tempo montessoriana. Neste método é feita uma relação de fatos históricos em diferentes visões. No nosso caso realçamos fatos da História da Educação no Brasil, fatos da própria História do Brasil, que não dizem respeito direto à educação, fatos ocorridos na educação mundial e fatos ocorridos na História do Mundo como um todo. Estes períodos foram divididos a partir das concepções em termos de importância histórica. Se considerarmos a História como um processo em eterna evolução não podemos considerar este trabalho como terminado. Qualquer crítica ou colaboração será sempre bem vinda.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL PERÍODO JESUÍTICO (1549 • 1759)
A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola e um pequeno grupo de discípulos, na Capela de Montmartre, em Paris, em 1534, com objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e a expansão do luteranismo na Europa. Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549 juntamente com o primeiro governador•geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos.

Irmão Vicente tornou-se o primeiro professor nos moldes europeus e durante mais de 50 anos dedicou-se ao ensino e a propagação da fé religiosa. O mais conhecido e talvez o mais atuante foi o noviço José de Anchieta, nascido na Ilha de Tenerife e falecido na cidade de Reritiba, atual Anchieta, no litoral sul do Estado do Espírito Santo, em 1597. Anchieta tornou-se mestre-escola do Colégio de Piratininga; foi missionário em São Vicente, onde escreveu na areia os "Poemas à Virgem Maria" (De beata virgine Dei matre Maria), missionário em Piratininga, Rio de Janeiro e Espírito Santo; Provincial da Companhia de Jesus de 1579 a 1586 e reitor do Colégio do Espírito Santo.

Além disso foi autor da Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil. No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De Salvador a obra jesuítica estendeu-se para o sul e em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia). Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio ataque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais.

Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina. Com a descoberta os índios ficaram à mercê dos interesses alienígenas: as cidades desejavam integrá-los ao processo colonizador; os jesuítas desejavam convertê-los ao cristianismo e aos valores europeus; os colonos estavam interessados em usá-os como escravos. Os jesuítas então pensaram em afastar os índios dos interesses dos colonizadores e criaram as reduções ou missões, no interior do território. Nestas Missões, os índios, além de passarem pelo processo de catequização, também são orientados ao trabalho agrícola, que garantiam aos jesuítas uma de suas fontes de renda.

As Missões acabaram por transformar os índios nômades em sedentários, o que contribuiu decisivamente para facilitar a captura deles pelos colonos, que conseguem, às vezes, capturar tribos inteiras nestas Missões. Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1500

Sai de Portugal a esquadra de Pedro Álvares Cabral com destino à Índia.
Chega às costas brasileiras a esquadra de Pedro Álvares Cabral. 1501
Américo Vespúcio percorre a costa do Brasil, do Rio Grande do Norte até Cananéia, em São Paulo, nomeando os acidentes geográficos litorâneos. 1502
É concedida a Fernando de Noronha o direito de exploração do pau-brasil.
Montezuma torna-se chefe dos Astecas, no México. 1503
Morre o Papa Pio III. Em seu lugar assume Giuliano della Rovere, que adota o nome de Papa Júlio II. 1513
Morre o Papa Júlio II e assume Leão X. 1517
Martinho Lutero divulga suas 95 teses contra as indulgências da Igreja, dando início à Reforma Protestante.
Os espanhóis ocupam Yucatán, na América Central. 1526
Frei Pedro de Gante funda a Escola de São Francisco, no México. 1532
Martim Afonso de Souza funda a vila de São Vicente, depois de comandar a primeira expedição para defender o litoral brasileiro contra o contrabando de pau-brasil pelos franceses. 1534
São criadas as Capitanias Hereditárias.
Ignácio de Loyola funda a Companhia de Jesus. 1536
Frei João de Zumárraga funda o Colégio Imperial de Santa Cruz de Tlateloco, consagrado à educação superior dos índios.. 1538
O Colégio dos Frades Dominicanos passa a se chamar Universidade de São Tomás de Aquino, em São Domingos. 1539
É impresso no México o primeiro livro. 1544
A beata Angela de Mérici funda a Ordem das Ursulinas, em honra de Santa Ursula, para educação das meninas. 1545
Tem início o Concílio de Trento, formulando diretrizes para a Contra-Reforma e instituindo o Index Librorum Prohibitorum, lista de livros proibidos aos católicos, sob pena de excomunhão. 1549
Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuítas, chefiados por Manuel de Nóbrega, marcando o início da História da Educação no Brasil (nos moldes europeus).
Quinze dias após a chegada fundam, na cidade de Salvador, a primeira escola elementar.
Tome de Souza, primeiro Governador Geral do Brasil, funda a cidade de Salvador para servir de sede do governo.

ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1551

São criadas a Real e Pontifícia Universidade no México e a Universidade de São Marcos, em Lima. 1553
Duarte da Costa é o segundo Governador Geral do Brasil. 1554
São fundadas as escolas jesuítas de São Paulo de Piratininga, tendo como seu primeiro professor o padre José de Anchieta, e a da Bahia. 1555
Primeira invasão francesa ao território brasileiro na Baía de Guanabara.
Os franceses fundam a França Antártica, na Baía de Guanabara, para abrigar calvinistas fugidos da guerra religiosa na Europa. 1556
É fundado o colégio jesuíta de Todos os Santos.
Começa a vigorar as "Constituições da Companhia de Jesus", incluindo a aprendizagem do canto, da música instrumental e o estudo profissional agrícola. 1557
Mem de Sá é o terceiro Governador Geral do Brasil.
Mem de Sá, junto com seu sobrinho Estácio de Sá, expulsam os franceses da Baía de Guanabara.
Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. 1564
É colocado em execução o "Padrão de Redízimo" que consistia em que 10% de toda a arrecadação dos dízimos reais, em todas as capitanias da colônia e seus povoados, ficavam vinculados ao sustento e à manutenção dos jesuítas. 1567
É fundado o colégio jesuíta do Rio de Janeiro.
Os franceses são expulsos do Rio de Janeiro. 1568
É fundado o colégio jesuíta de Olinda.
Tem início a escravidão africana, onde cada senhor de engenho teve o direito de adquirir até 120 escravos por ano. 1570
O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
Carlos Borromeu funda a Ordem dos Oblatos para religiosos que ofereciam e se preparavam para a educação. 1572
Em Paris são assassinados mais de três mil protestantes, entre eles mulheres e crianças, sob às ordens da Rainha Catarina de Médicis. Este episódio ficou conhecido como A Noite de São Bartolomeu. 1573
É criada a Universidade de Santa Fé de Bogotá. 1575
No colégio da Bahia já se colava grau de Bacharel em Artes. 1576
No colégio da Bahia formam-se licenciados. 1584
A imprensa chega ao Peru. 1599
Ganha uma elaboração definitiva a "Ratio Ataque Institutio Studiorum", ou Plano de Estudos da Companhia de Jesus, que codificava a pedagogia dos jesuítas.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1600 •
O vice-rei Dom Gaspar de Zuñiga promulga a Ordenança dos Mestres da Novíssima Arte de Ler, Escrever e Contar, uma legislação escolar.

É fundada a Companhia Britânica das Índias Orientais para explorar o comércio com o Oriente, a Ásia e a Índia. 1613
É criada a Universidade Córdoba do Tucumã. 1618
Os jesuítas possuem 572 colégios espalhados pelo mundo.
O ducado de Weimar regulamenta a obrigatoriedade escolar para todas as crianças de 6 a 12 anos.
Tem início a Guerra dos Trinta Anos entre protestantes e católicos. 1622
É fundado o colégio jesuíta do Maranhão. 1623
É criada a Universidade de Lá Plata. 1624
Primeira invasão holandesa no Brasil, em Salvador. São expulsos um ano depois. 1628
É editada Didactica magna, universale omnes ominia docendi artificium exibens (a magna Didática, que apresenta a completa arte de ensinar tudo a todos) de João Amós Comênio. 1630
Segunda invasão holandesa no Brasil, em Recife.
Escravos fundam o Quilombo de Palmares.
A Imprensa chega à Argentina. 1631
É fundado o colégio jesuíta de Santo Inácio, em São Paulo. 1646
Os jansenistas, conhecidos como os "solitários de Port•Royal", organizam as "pequenas escolas" que terão importante papel na formação de líderes para a Igreja e para o Estado.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1652 •

É fundado o colégio jesuíta de São Miguel, em Santos, o de Santo Alexandre, no Pará, e o de Nossa Senhora da Luz, em São Luiz do Maranhão. 1654
É fundado o colégio jesuíta de São Tiago, no Espírito Santo.
Os holandeses são definitivamente expulsos do Brasil. 1675
É criada a Universidade da Guatemala. 1678
E fundado o colégio jesuíta de Nossa Senhora do Ó, em Recife. 1683
É fundado o colégio jesuíta da Paraíba. 1684
João Batista de La Salle funda o Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, para que os pobres obtenham gratuitamente instrução elementar. 1686
Madame de Maintenon, esposa de Luiz XIV, funda o Colégio de Saint-Cyr, para meninas de 7 e 12 anos que permanecem lá até os 20 anos. 1688
A Revolução Gloriosa destrona os Stuarts e encerra o absolutismo na Inglaterra. 1689
É resolvida a "Questão dos Moços Pardos", surgida com a proibição, por parte dos jesuítas, da matrícula e da freqüência dos mestiços. Como as escolas eram públicas, para não perderem os subsídios que recebiam, são obrigados a readmití•los. 1692
É criada a Universidade de Cusco. 1699 • É fundada na Bahia a Escola de Artes e Edificações Militares.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1708

Guerra dos Emboabas. Emboabas eram os estrangeiros ou pessoas vindas de outras partes da colônia para procurar ouro em São Vicente, São Paulo.
Os jesuítas possuem 769 colégios espalhados pelo mundo. 1710
Guerra dos Mascates, em Pernambuco. 1712
Nasce em Genebra Jean•Jacques Rousseau. 1721
É criada a Universidade da Caracas. 1722
Os oficiais da Câmara queixam-se ao Rei, contra alguns religiosos, sobre a questão do ensino. 1738
É fundada no Rio de Janeiro a Escola de Artilharia.
É criada a Universidade de Santiago do Chile. 1739
São fundados os Seminários de São José e São Pedro, no Rio de Janeiro. 1740
É fundada em Paris a primeira Escola de Artes e Ofícios.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1750 •

Tratado de Madri anula o das Tordesilhas, resolvendo o problema das Missões.
A introdução da máquina a vapor inicia a Revolução Industrial. 1756
Tem início a Guerra dos Sete Anos, motivada pelas disputas de colônias entre a Inglaterra e a França. 1759
Duzentos e dez anos após a chegada e de serem os únicos responsáveis pela educação no Brasil, deixam a colônia cerca de Quinhentos padres jesuítas, expulsos pelo Marquês de Pombal, Ministro de D. José I, paralisando 17 colégios, 36 missões, seminários menores e escolas elementares.
O Alvará de 28 de julho determina a instituição de aulas de gramática latina, aulas de grego e de retórica, além de criar o cargo de "Diretor de Estudos". Medidas inócuas para um sistema de ensino fragmentado.
Marques de Pombal extingue as últimas Capitanias Hereditárias.


HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL PERÍODO POMBALINO (1760 - 1808)

Com a expulsão saíram do Brasil 124 jesuítas da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio de Janeiro e 133 do Pará. Com eles levaram também a organização monolítica baseada no Ratio Studiorum.

Pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Continuaram a funcionar o Seminário episcopal, no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não se encontravam sob a jurisdição jesuítica; a Escola de Artes e Edificações Militares, na Bahia; e a Escola de Artilharia, no Rio de Janeiro.

Os jesuítas foram expulsos das colônias por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777, em função de radicais diferenças de objetivos. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. A educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Ou seja, se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado. Marquês de Pombal Através do alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica.

Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o afastamento de Pombal. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras. Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma solução. Para isso instituiu o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e médio. Criado em 1772 era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda de Portugal. Os professores eram geralmente mal preparados para a função, já que eram improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias.

De todo esse período de "trevas" sobressaíram-se a criação, no Rio de Janeiro, de um curso de estudos literários e teológicos, em julho de 1776, e do Seminário de Olinda, em 1798, por Dom Azeredo Coutinho, governador interino e bispo de Pernambuco. O Seminário de Olinda "tinha uma estrutura escolar propriamente dita, em que as matérias apresentavam uma seqüência lógica, os cursos tinham uma duração determinada e os estudantes eram reunidos em classe e trabalhavam de acordo com um plano de ensino previamente estabelecido" (Piletti, 1996: 37).

O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX (anos 1800...), a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação. Esta situação somente sofreu uma mudança com a chegada da família real ao Brasil em 1808.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1759 •

Duzentos e dez anos após a chegada e de serem os únicos responsáveis pela educação no Brasil, deixam a colônia cerca de Quinhentos padres jesuítas, expulsos pelo Marquês de Pombal, Ministro de D. José I, paralisando 17 colégios, 36 missões, seminários menores e escolas elementares.

O Alvará de 28 de julho determina a instituição de aulas de gramática latina, aulas de grego e de retórica, além de criar o cargo de "Diretor de Estudos". Medidas inócuas para um sistema de ensino fragmentado.
Marques de Pombal extingue as últimas Capitanias Hereditárias. 1762
Jean-Jacques Rousseau escreve Emílio e Contrato Social. 1763
Mudança da capital do Vice-Reino de Salvador para o Rio de Janeiro. 1764
Jean-Jacques Rousseau escreve Devaneios de um Passeante e Confissões. 1765
O inglês James Watt aperfeiçoa o motor a vapor que se tornou marco da Revolução Industrial. 1767
A Espanha expulsa os jesuítas e fecha seus colégios.
Carlos III lança uma Ordenança Real obrigando todo município espanhol a ter uma escola de primeiras letras, com freqüência obrigatória. 1768
Carlos III dispõe que deveriam ser fundadas escolas para meninas, dando preferência para filhas de lavradores e artesãos. 1770
A Reforma Pombalina de Educação substitui o sistema jesuítico e o ensino é dirigido pelos vice-reis nomeados por Portugal.
L'Abbé de L'Epée funda em Paris a primeira instituição específica para a educação dos surdos. 1772
É instituído o "subsídio literário", imposto destinado a manutenção dos ensinos primário e médio.
É fundada, no Rio de Janeiro, a Academia Científica. 1774
Basedow funda em Dessau o Instituto Filantropinum e tem início o movimento pedagógico conhecido como filatropismo (philos, "amigo"; anthropos, "homem"). 1776
É criado no Rio de Janeiro, pelos padres Franciscanos, um curso de estudos literários e teológicos, destinado à formação de sacerdotes.
L'Abbé de L'Epée publica A Verdadeira Maneira de Instruir os Surdos.
Os Estados Unidos proclamam sua independência. 1777
D. Maria I assume o trono de Portugal. 1778
Morre Jean•Jacques Rousseau. 1782
É criada a Universidade de Havana. 1784
É criado no Rio de Janeiro o Gabinete de História Natural. 1789
Tiradentes e a Inconfidência Mineira.
A Queda da Bastilha é o marco da Revolução Francesa. 1791
É criada a Universidade Quito. 1797
É criada em Santiago do Chile a Academia de São Luiz, pelo mestre Dom Manuel de Salas. 1799
É criada em Buenos Aires a Escola Náutica, por Manuel Belgrano.
Napoleão Bonaparte dá o Golpe do Dezoito Brumário, e assume o poder na França


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1800

O bispo Azeredo Coutinho funda o Seminário de Olinda. 1802
D. Azeredo Coutinho funda em Pernambuco o Recolhimento de Nossa Senhora da Glória, só para meninas da nascente nobreza e fidalguia brasileira.
O educador suíço Felipe Manuel Fallenberg, funda a Escola Prática de Agricultura. 1807
O educador suíço Felipe Manuel Fallenberg, funda o Instituto Agronômico Superior. 1808
É fundado uma escola de educação, onde se ensinavam as línguas portuguesa e francesa, Retórica, Aritmética, Desenho e Pintura.
É criada a Academia de Marinha, no Rio de Janeiro.
São criados cursos de cirurgia no Rio de Janeiro e na Bahia.
É criada uma cadeira de Ciência Econômica, na Bahia, da qual seria regente José da Silva Lisboa, o futuro Visconde de Cairu.
Chegada da Família Real ao Brasil.
Abertura dos portos às nações amigas.
Impresso o primeiro periódico do Brasil: Gazeta do Rio de Janeiro.
Referências: PILETTI, Nelson, História da Educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996.


HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL PERÍODO JOANINO
ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1808 •

É fundado uma escola de educação, onde se ensinavam as línguas portuguesa e francesa, Retórica, Aritmética, Desenho e Pintura.
É criada a Academia de Marinha, no Rio de Janeiro.
São criados cursos de cirurgia no Rio de Janeiro e na Bahia.
É criada uma cadeira de Ciência Econômica, na Bahia, da qual seria regente José da Silva Lisboa, o futuro Visconde de Cairu. • Chegada da Família Real ao Brasil.
Abertura dos portos às nações amigas.
Impresso em Londres, por Hipólito da Costa, o Correio Braziliense é o primeiro jornal em língua portuguesa a circular no Brasil.
Impresso o primeiro periódico do Brasil: Gazeta do Rio de Janeiro. 1810
Desfazendo•se de seus próprios livros (60.000 volumes), D. João VI funda a nossa primeira biblioteca.
É criada a Academia Militar. 1812
São criados cursos de Agricultura na Bahia.
É criada a escola de serralheiros, oficiais de lima e espingardeiros, em Minas Gerais.
É criado o laboratório de química no Rio de Janeiro. 1814
Franqueada a população a biblioteca real torna-se nossa primeira biblioteca pública.
São criados cursos de agricultura no Rio de Janeiro. 1815
Elevação do Brasil a Reino Unido ao de Portugal e Algarves. 1816
É criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. 1817
É criado um curso de química na Bahia.
Tem início a Revolução Pernambucana. 1818
Surge um curso de desenho com o objetivo de "beneficiar muitos ramos da indústria".
criado o Museu Nacional no Rio de Janeiro. 1820
A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios muda para Real Academia de Pintura, Escultura e Arquitetura Civil e depois para Academia de Artes.

PERÍODO IMPERIAL (1822 - 1888)

Para o professor Lauro de Oliveira Lima a vinda da Família Real representou a verdadeira "descoberta do Brasil" (Lima, [197_], 103). Ainda segundo o professor Lauro, "a 'abertura dos portos', além do significado comercial da expressão, significou a permissão dada aos 'brasileiros' (madereiros de pau-brasil) de tomar conhecimento de que existia, no mundo, um fenômeno chamado civilização e cultura" (Idem) Em 1820 o povo português mostra-se descontente com a demora do retorno da Família Real e inicia a Revolução Constitucionalista, na cidade do Porto. Isto apressa a volta de D. João VI a Portugal em 1821. Em 1822, a 7 de setembro, seu filho D. Pedro I declara a Independência do Brasil e, inspirada na Constituição francesa, de cunho liberal, em 1824 é outorgada a primeira Constituição brasileira.

O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução primária e gratuita para todos os cidadãos". Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores institui-se o Método Lancaster, ou do "ensino mútuo", onde um aluno treinado (decurião) ensina um grupo de dez alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor. Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. E, em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas.

Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge a primeira escola normal do país em Niterói. Se houve intenção de bons resultados não foi o que aconteceu, já que, pelas dimensões do país, a educação brasileira se perdeu mais uma vez, obtendo resultados pífios.

Em 1880 o Ministro Paulino de Souza lamenta o abandono da educação no Brasil, em seu relatório à Câmara. Em 1882 Ruy Barbosa sugere a liberdade do ensino, o ensino laico e a obrigatoriedade de instrução, obedecendo as normas emanadas pela Maçonaria Internacional. Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro, é criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário.

Efetivamente o Colégio Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império para atingir tal objetivo. Até a Proclamação da República, em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação brasileira. O Imperador D. Pedro II quando perguntado que profissão escolheria não fosse Imperador, respondeu que gostaria de ser "mestre-escola". Apesar de sua afeição pessoal pela tarefa educativa, pouco foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema educacional.


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1821
Anexação da Província Cisplatina.
D. João VI retorna a Portugal, deixando D. Pedro como Príncipe Regente. 1822 •
O Decreto de 1o de março criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no método lancasteriano ou de ensino mútuo. Ou seja, somente um professor para cada escola.
D. Pedro declara a Independência do Brasil, tornado-se o primeiro Imperador do Brasil com o título de D. Pedro I. 1824 •
A Constituição, outorgada pela Assembléia Constituinte, dizia, no seu artigo 179, que a instrução primária era gratuita a todos os cidadãos. 1825
É criado o Ateneu do Rio Grande do Norte.
É criado um curso jurídico provisório na Corte.
Portugal e Inglaterra reconhecem a Independência do Brasil.
Início da luta pela independência do Uruguai. 1827
São criados os cursos de Direito de São Paulo e Olinda.
É criado o Observatório Astronômico.
Uma Lei Geral, de 15 de outubro, dispõe sobre as escolas de primeiras letras, fixando-lhes o currículo e institui o ensino primário para o sexo feminino.
Começa a circular o jornal A Aurora Fluminense.
Os brasileiros lutam contra tropas argentinas e uruguaias pela posse da Província Cisplatina.
Um ano depois é assinado um tratado de paz entre as partes, reconhecendo a Independência do Uruguai.
O inglês John Dalton apresenta a primeira formulação da teoria atômica. 1829
O Professor Louis Braille, cego desde os três anos, cria um sistema de leitura para cegos, em Paris.
O Papa Pio VIII sucede o Papa Leão XII.
Em Maryland, nos Estados Unidos, a Companhia de Estrada de Ferro inicia a primeira linha de passageiros. 1830
Uma Resolução do Senado declara livres os índios selvagens prisioneiros de guerra escravizados.
Michael Faraday, cientista inglês, descobre a indução magnética.
Distúrbios de operários têxteis na Inglaterra.
Morre Simon Bolívar, herói da Independência de vários países hispânicos. 1831
Noite das Garrafadas.
D. Pedro I abdica em favor de seu filho D. Pedro II, então com oito anos.
Em Recife eclode as rebeliões conhecidas como Setembrizada e Novembrada, em função da abdicação de D.PedroI.
Constituição da Primeira Regência Trina Provisória, composta pelos Senadores Carneiro de Campos, Campos Vergueiro e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
Uma Lei declara livres todos os escravos que entrassem no Brasil após a data da Lei.
O botânico inglês Robert Brown descobre o núcleo das células.
Morre de cólera o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel. 1832
Convertem•se em Faculdades de Medicina, as Academias Médico-Cirúrgicas do Rio de Janeiro e da Bahia.
Ainda em função da abdicação de D. Pedro I, eclode em Recife a revolta conhecida como Abrilada e a Guerra dos Cabanos. 1834
O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educação primária e secundária ficaria a cargo das províncias, restando a administração nacional o ensino superior.
O Ato Adicional estabelece a eleição de um só Regente.
Revolta da Cabanagem, no Pará. • Revolta das Cameiradas, em Recife.
A escravidão é abolida em todo o Império Britânico.
Morre em Portugal D. Pedro I. 1835
É criada uma escola normal em Niterói. A primeira do Brasil.
Regência Una com a eleição de Diogo Antônio Feijó
Tem início a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul.
Eclode a Revolta do Malês, na Bahia. 1836 • É criada uma escola normal na Bahia.
São criados os Liceus da Bahia e da Paraíba. 1837
Tem início a revolta conhecido como Sabinada, na Bahia.
Em substituição a Feijó, assume a Regência Pedro de Araújo Lima. 1838
O Colégio Pedro II é fundado no Rio de Janeiro.
Tem início a revolta conhecida como Balaiada, no Maranhão.
Surgem na Inglaterra os primeiros sindicatos (trade union) 1839
É criada uma escola normal no Pará.
Inglaterra e China envolve•se no conflito conhecido por Guerra do Ópio. Vencida a guerra pelos Ingleses a China é obrigada a transferir a posse de Hong Kong para os britânicos.
As mães inglesas, separadas ou divorciadas, passam a ter acesso aos seus filhos.
As mulheres conquistam o direito de ter propriedades nos Estados Unidos.
É construída a primeira locomotiva elétrica pelo americano Charles Page. 1840
Aos 14 anos de idade D. Pedro II torna-se Imperador do Brasil. 1844
Samuel Morse cria a mensagem telegráfica através de um código de sinais de sons. 1845
É criada uma escola normal no Ceará.
A Inglaterra promulga a Bill Aberdeen, que lhe dá o direito de aprisionar qualquer embarcação que traficasse escravos. • Karl Marx é expulso da França e muda-se para Bruxelas. 1846
É criada uma escola normal em São Paulo.
O dentista William Morton utiliza pela primeira vez uma anestesia local numa cirurgia. 1848
É criada uma escola normal em São Paulo.
Setores radicais do Partido Liberal pernambucano inicia a Revolta Praieira.
Karl Marx e Friedrich Engels publicam o Manifesto do Partido Comunista. 1849
Gonçalves Dias, encarregado de estudar as condições do ensino nas Províncias do Norte dizia que "os nossos liceus são escolas preparatórias da academia e escolas más".


ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO 1850

A Lei Eusébio de Queiroz acaba com o tráfico de escravos.
Chegam no Rio de Janeiro os bondes puxados por cavalos. 1852
Gonçalves Dias, em seu relatório de inspeção, dizia: "Quero crer perigoso dar-se-lhes (aos aldeados) instrução".
Inauguração das primeiras linhas telegráficas no Brasil. 1854
O Decreto 1331A, de 17 de fevereiro, reforma os ensinos primário e secundário, exigindo professores credenciados e a volta da fiscalização oficial; cria a Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária.
É criada uma escola normal na Paraíba.
Barão de Mauá constrói a primeira ferrovia brasileira, no Rio de Janeiro. 1857
No Rio Grande do Sul, no Colégio de Artes Mecânicas, a lei mandava recusar matrículas às crianças de cor preta e aos escravos e pretos, "ainda que libertos e livres". 1864
No Rio Grande do Sul, no Colégio de Artes Mecânicas, a lei mandava recusar matrículas às crianças de cor preta e aos escravos e pretos, "ainda que libertos e livres".
Paraguai declara guerra ao Brasil.
É criada a Internacional dos Trabalhadores, dirigida por Karl Marx. 1870
A Reforma Paulino de Souza pretendia imprimir, aos estudos realizados no Colégio Pedro II, um caráter formativo, habilitando os alunos não só para os estudos superiores, mas para a vida, além da instituição ser capaz de competir com os estabelecimentos particulares no aliciamento de candidatos às Academias.
É criada a Escola Americana, o Colégio Piracicabano, escola primária de cunho protestante. • É criada uma escola normal no Rio Grande do Sul.
Tem início a imigração italiana.
Nasce em Chiaravalle, província de Ancona, na Itália, Maria Montessori.
Acontece a unificação italiana. 1871
A Lei do Ventre Livre liberta os filhos de escravos.
É instituída a Comuna de Paris que dura 72 dias. 1872
O Brasil contava com uma população de 10 milhões de habitantes e apenas 150.000 alunos matriculados em escolas primárias. O índice de analfabetismo era de 66,4%.
Fanáticos religiosos do Rio Grande do Sul iniciam o que ficou chamado como a Revolta dos Mucker. 1873
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundários nas províncias e de facilitar aos candidatos das províncias o acesso aos cursos superiores, o Ministro João Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das províncias do Império bancas de exames gerais preparatórios. 1874 • É criada a Escola Politécnica. 1878
O Conselheiro Leôncio de Carvalho realiza uma reforma do ensino que permitia "a cada um expor livremente suas idéias e ensinar as doutrinas que acredite verdadeiras, pelos métodos que julgue melhores". Além disso manteve as matrículas avulsas e introduziu a freqüência livre e os exames vagos no Externato do Colégio Pedro II. 1879
O Senador Oliveira Junqueira dizia: "certas matérias, talvez, não sejam convenientes para o pobre; o menino pobre deve ter noções muito simples". • Começa a funcionar a Companhia Telephonica Brasileira. Em 1876 D. Pedro II conheceu o telefone, na Exposição de Filadélfia, e no ano seguinte instalou a primeira linha, na cidade do Rio de Janeiro. 1880.
Surge a primeira escola normal da Capital do Império, mantida e administrada pelos Poderes Públicos. 1882
Rodolfo Dantas cria um projeto propondo maior intervenção do Governo na instrução popular das províncias. Este projeto não chegou a ser discutido no Parlamento. 1884
É criada a Escola Neutralidade, escola primária de cunho positivista.
A África é dividida pelas potências européias na Conferência de Berlim. 1885 •
A Lei Saraiva-Cotegipe ou a Lei dos Sexagenários torna livres os escravos com mais de 60 anos. 1888
É criado o Instituto Pasteur, no Rio de Janeiro
A Lei Áurea abole a escravidão no Brasil. 1889
Ferreira Viana, Ministro do Império dizia ser fundamental formar "professores com a necessária instrução científica e profissional".
Em sua última fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criação de um ministério destinado aos negócios da Instrução Pública.
Com a Proclamação da República, no Governo Provisório do Marechal Deodoro da Fonseca, torna-se Ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhães.
Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12% da população em idade escolar.
O Marechal Deodoro da Fonseca proclama a República.
D. Pedro II e sua família embarca para a Europa.

Referência: LIMA, Lauro de Oliveira, Estórias da Educação no Brasil: de Pombal a Passarinho. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasília, [197_].