sábado, 24 de setembro de 2011

LINKS ÚTEIS - HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL


Dois professores dialogando
Em português:
16. Book da Editora Mandruvá (artigos de História Medieval)
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terça-feira, 6 de setembro de 2011

A visão Renascentista da Idade Média

O que devemos entender, afinal de contas, quando dizemos "Idade Média"? Esse termo refere-se a uma divisão do tempo que engloba praticamente 1.000 anos de história do continente europeu. Essa classificação para o período - "Média" - foi uma forma de os homens dos séculos 14 e 15, dos reinos italianos, mostrarem que eram inovadores, modernos, transformadores.

Quanto à criação da expressão Idade das Trevas, criada pelos homens da Renascença na tentativa de delimitar o período intermediário entre a brilhante cultura da Antiguidade Clássica e o movimento que levou os europeus a fazerem renascer os valores dessa cultura, além de expressar o conflito entre a razão e a tradição. Para o autor, a “Idade Média” representou para os renascentistas uma “interrupção no progresso humano inaugurado pelos gregos e romanos” e por isso “os séculos “medievais” eram vistos como de barbárie, ignorância e de superstição.

Os iluministas se baseavam na ideia de que a humanidade caminharia no sentido do progresso, da liberdade e da busca pela felicidade, correspondendo a uma autêntica revolução da mentalidade no século 18. Anticlerical e antiaristocrático menosprezavam a Idade Média, vista como momento áureo da nobreza e do clero.

Esses homens - pintores, artistas e pensadores do chamado Renascimento - achavam que estavam rompendo com um período culturalmente atrasado do mundo ocidental, dominado pelo pensamento da Igreja católica. Assim, os renascentistas classificavam-se como "modernos" e acreditavam que estavam fazendo renascer o esplendor das culturas grega e romana da Antigüidade.

Tal classificação, na verdade, é uma simplificação preconceituosa, pois ao tentar ordenar, estigmatiza uma cultura como inferior a outra e resume a história de diversos povos que viviam na Europa como uma só história.

A própria expressão “Idade Média” carrega consigo um valor depreciativo, na verdade, ela remeteria à ideia de um período histórico intermediário, sem grande importância e até mesmo marcado por uma certa mediocridade. Assim, sua escolha para designar o período localizado “entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI” revela a visão dos intelectuais humanistas da época, para os quais era um “período de trevas".

A IDADE MÉDIA - O BERÇO DA MODERNIDADE

Somos anões empoleirados nos ombros de gigantes. Assim, vemos melhor e mais longe do que eles, não porque nossa vista seja mais aguda ou nossa estatura mais alta, mas porque eles nos elevam até o nível de toda a sua gigantesca altura...”

Bernardo de Chartres



O conceito de Idade Média como “Idade das Trevas”, em oposição ao Renascimento e à Antigüidade, foi forjado sobretudo no século XIX pelos historiadores liberais, segundo o qual a Idade Média teria interrompido o progresso do conhecimento e da cultura do homem, que seriam retomados mais tarde no século XVI. Felizmente, este conceito vem sendo desmistificado por diversos estudiosos. Seguindo a teoria de Toynbee, os movimentos culturais podem estar ligados por uma relação de gerações, de tal modo que uma cultura seja filha da outra. Esta é relação existente entre a Antigüidade, a Idade Média e a Cultura Ocidental Moderna. A idéia de Idade Média como uma época que esqueceu os antigos não se fundamenta e, na verdade, temos a Idade Média como filha da Antigüidade e berço do Renascimento e, enfim, do nosso mundo ocidental.

 Portanto não é possível estudar a Idade Média se nos limitarmos a (pre) conceitos criados a posteriori, pois nela encontramos elementos cuja história e significado só se encontram em períodos mais antigos.

O medievo bebe na fonte dos antigos mas, não se contentando com o paladar, altera-lhe o sabor a seu gosto. Estamos falando de uma nova utilização dos antigos (entendidos como toda a cultura antiga, não somente a clássica), que alguns chamariam supostamente de imitação servil, mas que, aos olhos do homem da época é algo completamente novo, moderno. A partir do legado da tardia Antigüidade latina, a Idade Média adotou e transformou seus elementos, construindo uma imagem própria dos antigos: “a Antigüidade está presente na Idade Média como recepção e transmutação”.

Os medievos procuraram traduzir, estudar e entender os antigos, pois, para refutar suas doutrinas foi preciso conhecê-las. Eles acreditavam que a filosofia antiga (sobretudo Aristóteles e Platão) tinha de ser reutilizada, à luz de uma nova interpretação cristã, como nos diz neste trecho o inglês Daniel de Morley, reportando-se ao bispo de Norwich:

“Que ninguém se aflija se, tratando da criação do mundo eu invocar o testemunho não dos Padres da Igreja, mas de filósofos pagãos, pois, ainda que estes não figurem entre os fiéis, algumas de suas palavras, a partir do momento que estejam cheias de fé, devem ser incorporadas ao nosso ensino.”
 

                 Vejamos a reinterpretação que Santo Agostinho, um dos expoentes da Idade Média, faz de Platão e Aristóteles, ilustrando com o capítulo 8 do livro VI das Confissões. Nele, Alípio – ex-aluno e futuro amigo de Agostinho – recusa-se a assistir às lutas de gladiadores, mas acaba sendo levado “amigavelmente” à força pelos amigos. Para se proteger contra a massificação e a catarse daquele espetáculo sangrento e cruel, o jovem Alípio conta com seu esclarecimento sobre o que é o bem e o mal, pois o homem instruído e consciente seria capaz de se proteger contra tais males: “Por arrastardes a esse lugar e lá colocardes o meu corpo, julgais que podereis fazer com que o espírito e os olhos prestem atenção aos espetáculos? Assistirei como ausente, saindo assim triunfante de vós e mais dos espetáculos”. Ledo engano: o homem esclarecido, consciente de si mesmo se entrega tanto mais facilmente e com tanto mais ardor àquela massificação. Vamos nos apoiar na brilhante análise que Erich Auerbach faz desse texto para mostrar como a Antigüidade é reutilizada pelo pensador cristão. A autoconsciência individualista e orgulhosa é derrubada: “não se trata de um Alípio qualquer, mas de toda a cultura racional e individualista da Antigüidade clássica: Platão e Aristóteles, os estóicos e os epicuristas”. A derrocada é tanto maior quanto maior a suposta consciência: o homem consciente se converte em massa e vai além, conduz a massa. Essa mudança radical, como aponta também Auerbach, é cristã, sendo a derrota a primeira etapa da redenção em Deus: “O Cristianismo dispõe, na sua luta contra a embriaguez mágica, de outras armas que não as da elevada cultura racional e individualista da Antigüidade”. Se por um lado, Agostinho reutiliza os antigos, seu estilo de texto é“totalmente anticlássico”, tanto no tom humanamente dramático como na forma, que lembra passagens bíblicas; Agostinho se utiliza dos clássicos, mas não se deixa dominar por ele, como aponta Auerbach.

Dante é outro “produto” da Antigüidade, e bebe dessa fonte para construir o maior painel da época medieval, sua Divina Comédia. Na viagem de Dante ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso –conduzido pelo altíssimo poeta Virgílio, a mentalidade, a cultura, a sociedade, o amor são questionados em conversas travadas com inúmeros personagens. A Divina Comédia também é uma censura à época, escrita, segundo o poeta, em “linguagem vulgar que as mulheres utilizavam em suas conversações diárias”. No canto IV do Inferno, Dante e Virgílio se encontram com os antigos: Homero, Horácio, Ovídio, Lucano e depois Estácio. Esse encontro representa a aceitação de Dante no círculo dos poetas antigos (a bella scuola) e a sanção de sua missão poética. Assim, só podemos compreender Dante, se estudarmos Virgílio e, antes deste, Homero:

“O encontro de Dante com a bella scuola autoriza a incorporação da épica latina na poesia universal cristã. Compreende um lugar ideal, onde ficou reservado um nicho para Homero, e onde se acham reunidas todas as grandes figuras do Ocidente (...) Nele deita raízes a Divina Comédia. É a velha estrada da Antigüidade que conduz ao Mundo Moderno.”


             Ecoam também em Giovani Bocaccio, autor do Decameron, os reflexos dos antigos. Na medida em que ambos rompem com uma estrutura rígida coercitiva, Eurípides e Bocaccio são precursores da nossa modernidade. Aquele desmistificando o esquema coercitivo-aristocrático das tragédias, colocando o povo como personagem principal e celebrando o indivíduo. Bocaccio, grande admirador e seguidor de Dante, popularizando a literatura e escandalizando com suas novelas, escritas em língua vulgar, em que jovens fogem da peste e se refugiam nos montes, visualizando novos horizontes (fuga do passado, rumo a uma nova era); temos, então, uma transfiguração do espírito revolucionário de Eurípides. Além disso, ambos são precursores do romance burguês moderno.

Podemos citar inúmeros outros exemplos, mas limitemo-nos a expor mais dois: o primeiro intelectual, tal como concebemos, nasceu na Idade Média: Abelardo, cristão nutrido na filosofia antiga que reclama a aliança entre a razão e a fé, o primeiro professor, para usar as expressões de Le Goff; e as Universidades, centro da nossa intelligentsia e instituição de pesquisa por excelência, foram criadas nessa época.

Há que se negar as oposições Medievalidade-Antigüidade e Medievalidade-Modernidade pois não se pode ser moderno se não se estuda os antigos. Isso vale tanto para a Idade Média em relação à Antigüidade como para o nosso mundo com relação à Idade Média. É a partir do legado da Idade Média que os clássicos chegam aos renascentistas e, depois, até nós. Dizemos que nosso mundo atual é fruto do pensamento clássico greco-romano. Na verdade, não nos damos conta que somos filhos do pensamento medieval, no qual os conceitos clássicos passaram pelo filtro da doutrina cristã:

“falamos idiomas surgidos naquela época, temos ou pretendemos ter governos representativos, consideramos indispensáveis instituições como julgamento por júri e habeas corpus, alcançamos maior eficiência com o sistema bancário, a contabilidade e o relógio mecânico, cuidamos do corpo com hospitais e óculos, alimentamos melhor o espírito graças à notação musical, à imprensa e às universidades, embelezamos a vida com a música polifônica e os romances”.

Temos de tentar compreender a Idade Média, então, a partir dos olhos de uma pessoa daquela época, isto é, sem preconceitos, reconhecendo sua modernidade e seu rico legado cultural. Conhecer a Idade Média, matriz da civilização ocidental cristã, enfim, é compreender melhor o nosso século.

Referências Bibliográficas

AUERBACH, Erich. Mimesis – A Representação da Realidade na Literatura Ocidental. São Paulo: Perspectiva, 1998.

CURTIUS, Ernst R. Literatura Europea y Edad Media Latina. México: Fondo de Cultura Económica, 1995.

FRANCO Jr., Hilário. A Idade Média – Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1996.

HAUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

LE GOFF, JACQUES. Os Intelectuais na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 1995.

LOYN, Henry R. (org.). Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar, 1992.

SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999, Coleção Os Pensadores





quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A RENASCENÇA E A REFORMA PROTESTANTE

INTRODUÇÃO

A SITUAÇÃO NA EUROPA NO SÉCULO XIV
A partir do século XIV é que podemos perceber a desagregação do mundo medieval. Essa progressiva desagregação é demonstrada nos diferentes níveis da realidade social.
No plano econômico, assistimos à derrocada da economia feudal e ao renascimento do comércio, que culminará com as grandes navegações do século XVI.
No plano social, temos o desenvolvimento de uma camada de mercadores e o progressivo declínio da nobreza feudal.
No plano político, ocorre progressivamente uma centralização do poder nas mãos dos reis. As soberanias feudais locais vão desaparecendo. O rei, aliado aos mercadores, vai sujeitando à sua autoridade o poder da nobreza feudal e da igreja.
No plano religioso, assistimos ao declínio da igreja, com o surgimento de uma série de movimentos que irão culminar com a Reforma Protestante.
No plano cultural, temos o Renascimento cultural ou Renascença.
Todas essas transformações que ocorrem na Europa Ocidental, a partir do século XIV, estão intrinsecamente ligadas entre si e atuando umas sobre as outras.

O RENASCIMENTO, OU RENASCENÇA
Até os fins da Baixa Idade Média, a igreja monopolizava a educação e a cultura na Europa Ocidental.
A cultura era teocêntrica, isto é, o pensamento e as artes ocupavam-se somente com o estudo de Deus e da vida sobrenatural.
Com o surgimento de novas condições de vida em sociedade, uma nova cultura começou a aparecer. Essa nova cultura tinha um caráter humanista (valorização do homem e suas obras), leigo e antropocêntrico (colocação do homem como centro do universo).
É ao surgimento e desenvolvimento dessa cultura leiga, humanista e antropocêntrica que atribuímos o nome de Renascimento Cultural.

AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO CULTURAL
O Renascimento Cultural ou Renascença, como já vimos, foi o surgimento de uma cultura antropocêntrica em oposição ao teocentrismo medieval. Outra característica da Renascença foi o individualismo em oposição ao coletivismo da Idade Média. Cada renascentista julgava-se o elemento mais importante do mundo. Isso pode ser facilmente explicado: enquanto na Idade Média o homem só se via fazendo parte de um todo ( o cristão só se entendia como parte da igreja, o servo como elemento de um feudo, o artesão como elemento de uma corporação), na época renascentista, com o estabelecimento da sociedade competitiva, cada indivíduo procurava se sobrepor aos demais, buscando a satisfação de seus impulsos e desejos.
No Renascimento, notamos também uma forte inclinação para o Naturalismo. O homem renascentista valorizava a natureza, fundamentalmente a natureza humana.
No plano do conhecimento, as características fundamentais do Renascimento Cultural foram:
- O racionalismo - todo conhecimento tem que ser demonstrado pela razão humana.
- O experimentalismo - o conhecimento deve ser demonstrado através de experiências.

FATORES QUE LEVARAM AO RENASCIMENTO
O Renascimento Cultural foi um produto das transformações ocorridas na Europa Ocidental a partir da Baixa Idade Média. Essas transformações foram:
- O Renascimento Comercial, ou seja, a generalização do comércio pela Europa Ocidental.
- O Renascimento Urbano, que implicou um crescimento e surgimento de novas funções para as cidades. A cultura renascentista foi uma cultura eminentemente urbana.
- O surgimento e ascensão de uma camada de mercadores. Os ideais elaborados pelo Renascimento correspondiam, de um modo geral , aos interesses desse grupo. Foram os mercadores os principais elaboradores e financiadores da cultura renascentista.
- A centralização do poder nas mãos dos reis. Na medida em que foram centralizando o poder em suas mãos, os reis foram submetendo a igreja a sua autoridade. Esta submissão possibilitou a ascensão dos mercadores e o surgimento de uma cultura renascentista.
- O declínio da igreja que monopolizava a cultura medieval. Com o declínio da igreja, foram surgindo novos centros de saber na Europa Ocidental - as Universidades - que se desenvolveram a partir do século XI, financiadas pelos mercadores. Retoma-se o estudo de toda a cultura clássica e especificamente do direito comercial romano.
- O desaparecimento dos ideais de vida da Idade Média, que possibilitou o surgimento de um novo homem - o humanista. Entre esses ideais, que desapareceram, podemos citar : a cavalaria - que, além de arma de guerra era o código de honra da nobreza feudal, passou, com o renascimento, a ser tratada com desprezo e até mesmo a ser ridicularizada; a escolástica - que buscava a conciliação da fé com a razão, passou a ser desdenhada.
Como vimos, o Renascimento Cultural é um produto das transformações européias no alvorecer da Idade Moderna.
É preciso lembrar, no entanto, que a Europa não é um todo monolítico. Enquanto na Itália e Países Baixos já temos no século XIV um significativo desenvolvimento da produção capitalista e o domínio político de uma burguesia nascente, em outros países europeus temos, ao contrário, o fortalecimento das relações feudais, e, conseqüentemente, da nobreza feudal.
Portanto, o Renascimento Cultural terá certas variações nacionais e seu engendramento dever-se-á a condições histórica específicas de cada país.

A REFORMA PROTESTANTE
A Situação da Europa na Época da Reforma Protestante
Durante todo o per[iodo feudal, o predomínio cultural pertenceu à Igreja católica, que monopolizava a educação e a cultura. A igreja era a única instituição centralizada de toda a Europa feudal e sua força era superior à dos reis.
O homem medieval era profundamente religioso.
A Igreja pregava o amor ao próximo e a humildade. Contudo, havia uma grande contradição entre o que ela pregava e o que praticava.
Nos séculos XIV e XV, a degeneração da igreja atingiu um grau monstruoso. O alto clero vivia num ambiente de luxo. Moitas pessoas se convenciam então de que a igreja se afastara da doutrina original de Cristo, sendo necessário fazê-la retornar ao ponto de partida.
Com o surgimento da Universidades, muitos eruditos, passaram a ler a Bíblia independentemente das interpretações da igreja, difundindo a doutrina original de Cristo.
Esse eruditos, tal como Erasmo de Rotterdam, propunham uma reforma no interior da própria igreja.
Também os camponeses e artesãos medievais, explorados pelos senhores leigos e eclesiásticos, moviam contra a igreja violentas lutas armadas. Essas lutas contra os abusos do poder da igreja assumiam um caráter de heresia.
O primeiro grande movimento dessa natureza foi o movimento husita (devido ao seu líder John Hus), que irrompeu na segunda década do século XV no reino de Boêmia. A igreja viu-se obrigada a fazer sérias concessões aos rebeldes ante a derrota das tropas dos cruzados e mercenários por ela contratados. A igreja, pela primeira vez em sua história, teve que tratar publicamente com os hereges, aceitando suas petições.
Outro movimento popular herético foi o movimento liderado por Wycliffe na Inglaterra. Os camponeses queriam a abolição da servidão e da cobrança dos dízimos pela igreja. Wycliffe pregou até o confisco dos bens dos mosteiros, tendo sido apoiado nessa reivindicação pela nobreza inglesa, interessada nas terras da igreja. As suas propostas teológicas eram revolucionárias, marcadas por um caráter anti-clerical, antifeudal e democrático. Para Wycliffe, qualquer homem estava tão próximo de Deus quanto os padres, tendo, portanto, o direito íntimo de juízo em matéria de religião. Os sacramentos tinham pouca importância em comparação com a pregação e estudo da Bíblia. O homem era mais importante sendo ativo no mundo do que trancado num mosteiro.
Erasmo, ao nível da crítica intelectual, e John Hus e Wycliffe, ao nível dos movimentos populares, podem ser considerados os precursores da Reforma.

OS FATORES QUE GERARAM A REFORMA PROTESTANTE
- A expansão marítima e comercial que fortaleceu a burguesia européia, interessada na reforma religiosa. Tal interesse se devia tanto à moral econômica católica do "preço justo", elaborada por Tomás de Aquino, que constituía um obstáculo ao desenvolvimento do comércio, como também ao alto custo do clero para a burguesia nascente.
- A formação das monarquias nacionais: com o surgimento dos Estados centralizados, o poder real e a igreja entraram em conflito na medida em que esta última constituía um empecilho ao fortalecimento do poder real. Por outro lado, os dízimos, a venda das indulgências e de relíquias sagradas retiravam dos Estados Nacionais uma boa parte da renda que era transferida para o papado na Itália.
- O Renascimento Cultural. Na medida em que desenvolveu uma cultura antropocêntrica, um espírito de crítica, o individualismo levou ao declínio da escolástica e contribuiu para a Reforma Protestante.
- O declínio da igreja: a venda de indulgências e de cargos religiosos tornou a igreja alvo de crítica da maior parte de seus fiéis.
Em cada país acrescentou-se a atuação de fatores específicos no surgimento da Reforma Protestante.

A SITUAÇÃO DA ALEMANHA NA ÉPOCA DA REFORMA
Na Alemanha, o poder real era fraco. O chamado Santo Império Romano Germânico era formado por uma multiplicidade de principados, nos quais o poder político era exercido pela grande nobreza. A dinastia dos Habsburgos (imperadores do Sacro Império), necessitava do apoio do Papa para manter sua frágil hegemonia sobre os principados. Uma grande quantidade de terras do Sacro Império pertencia às instituições eclesiásticas. O maior comércio de indulgências era o da Alemanha.
Era nessa região que a igreja obtinha as suas maiores rendas. Apesar das contradições entre as várias classes sociais, todas elas tinham um inimigo comum - a igreja.
A nobreza feudal tinha interesse em apoderar-se das terras da igreja; a grande burguesia queria um clero menos custoso e ao mesmo tempo desejava impedir a fuga de capitais para Roma; os camponeses e os artesãos viam na igreja o seu grande explorador, com a cobrança dos dízimos, das rendas feudais, etc.

FATORES QUE MOTIVARAM A REFORMA NA ALEMANHA
Um fator primordial foi o ódio voltado por todas as classes sociais à Igreja Católica.
Outro fator foi o desenvolvimento do humanismo na Alemanha, com o aparecimento das Universidades. Esses humanistas satirizavam a vida dissoluta do clero, a moral religiosa medieval e as instituições eclesiásticas.
Entretanto, o fator imediato responsável pela deflagração da Reforma na Alemanha foi a venda de indulgências. O para Leão X, necessitando de dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro, encarregou o monge Tetzel de vender as indulgências na Alemanha. Este levou ao máximo tal comércio. Lutero, um monge agostiniano, afixou na igreja de Wittenberg, onde era pregador, as 95 teses, combatendo a venda de indulgências. Em virtude dessa atitude, Lutero foi ameaçado de excomunhão pelo papa Leão X, caso não voltasse atrás. Lutero recusou-se a uma retratação, sendo excomungado e convocado a comparecer frente à Dieta Imperial, que iria se reunir em Worms, para ser julgado. Nessa Assembléia, pelo fato de muitos príncipes eleitores serem também hostis à Igreja, nada foi feito contra o monge. Entretanto, o imperador Carlos V fez passar um édito, declarando Lutero fora da lei. Todavia, passado o perigo da perseguição pelos soldados do rei, Lutero reiniciou a sua luta e o édito nunca foi posto em execução. A partir daí, a reforma proposta por ele expandiu-se pela Alemanha.

PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DA REFORMA LUTERANA
A religião luterana tinha um caráter nacional na medida em que rompeu com o papado e colocou os pastores dessa igreja sob a direção dos príncipes alemães. A igreja luterana simplificou os rituais religiosos, tendo excluído todos os sacramentos da igreja católica, exceto dois - o batismo e a eucaristia - segundo Lutero, instituídos pelo próprio Cristo. A confissão passava a ser feita diretamente com Deus. Todo homem era considerado capaz de interpretar livremente a Bíblia. A reforma luterana foi uma reforma moderada que favoreceu a nobreza feudal e a grande burguesia.
A nobreza feudal foi favorecida tanto pelo fato de que os pastores dessa igreja ficavam sob a direção dos príncipes, como também pelo fato dela haver se apoderado das terras da igreja.
A grande burguesia foi favorecida, na medida em que se viu liberada das grandes obrigações financeira para com a igreja católica, permanecendo tais rendas na Alemanha.

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
O princípio básico da religião luterana é o da justificação pela fé. Através desse princípio, Lutero dava maior valor à fé do que às boas obras praticadas pelos fiéis como meio de ganhar a salvação. O fiel, para ganhar o paraíso, não deveria jejuar e sim submeter-se totalmente à vontade de Deus.
AS CONSEQÜÊNCIAS DA REFORMA LUTERANA
- A Revolta dos Cavaleiros (1522-1523) : Os cavaleiros pertenciam à pequena nobreza que estava sendo empobrecida com a concentração da terra nas mão dos grandes príncipes leigos e eclesiásticos. Imbuídos da doutrina luterana, que pregava uma igreja nacional e a subordinação do poder espiritual ao temporal, os cavaleiros levantaram-se contra os príncipes católicos. Essa revolta liderada por Ulrich Von Wutten e Francis Von Sickingen foi rapidamente dominada pela grande nobreza.
- A Guerra Camponesa de 1523-1525 ( a Revolta Camponesa de Thomas Münzer): entre os seguidores de Lutero, os mais radicais eram os anabatistas. Em matéria de religião, eram extremamente individualistas, rejeitando qualquer sacerdócio e acreditando que Deus continuava a se comunicar diretamente com os eleitos. Do ponto de vista social, a seita anabatista era composta por camponeses empobrecidos, por aprendizes de tecelão, ou seja, pelas camadas mais baixas da sociedade alemã. Seu principal líder era Thomas Münzer, que pregava o desaparecimento da propriedade privada. Os camponeses e os aprendizes das cidades revoltaram-se contra o domínio da grande e pequena nobreza, dos sacerdotes e dos cidadãos ricos das cidades.
Os camponeses revoltosos queriam que lhes fossem devolvidas as terras comunais, usurpadas pelos senhores e a diminuição do tributo em espécie e em trabalho. Na Alemanha Central, o movimento tornou-se tipicamente revolucionário, com os camponeses exigindo a abolição da servidão e a posse comunitária da terra. Em toda a Alemanha eram queimados os conventos e os castelos da nobreza feudal. Em algumas regiões, as cidades auxiliaram o movimento camponês.
A falta de união e organização nas forças camponesas facilitou o seu esmagamento pela grande nobreza, aliada aos cavaleiros, aos burgueses, à igreja luterana e à igreja católica. O próprio Lutero incentivou o esmagamento dos camponeses. Mais de 100 mil foram mortos e Münzer foi decapitado.
A Paz Religiosa em Augsburgo: as terras clericais passaram para a mão da grande nobreza. Mesmo alguns bispos abandonaram a igreja católica e se tornaram senhores dos principados eclesiásticos.
A igreja católica, vendo-se enfraquecida, permitiu que alguns príncipes católicos ficassem com as suas terras. Mas, no período compreendido entre 1530-1540, houve um aumento do número de príncipes protestantes.
Carlos V, imperador do Santo Império, era católico. Temendo perder a coroa para algum príncipe protestante, pois o imperador era eleito pelos príncipes, Carlos V voltou-se contra os príncipes protestantes. Os principados, vendo na ação do imperador uma tentativa de fortalecimento do seu poder, agitaram-se. Alguns príncipes católicos se aliaram aos príncipes protestantes, que também recebiam ajuda dos reis de França, e derrotaram Carlos V. Assumiu o poder Fernando I que, em 1555, assinou a paz religiosa de Augsburgo, onde ficou estabelecido que a religião do príncipe seria a religião do principado (cujus regio ejus religio). Assim sendo, o norte da Alemanha tornou-se protestante e o sul, católico.
A Reforma Luterana, pelo fato de favorecer a nobreza feudal, expandiu-se pelos países dominados por essa nobreza, tais como Suécia, Dinamarca e Noruega.
A Reforma Protestante foi um movimento predominantemente de transformação religiosa, iniciado fora da própria igreja e em oposição a ela.
Seria um erro considerar a Reforma como puramente um movimento religioso, pois este movimento teve implicações econômicas, políticas e sociais na medida em que refletiu as lutas de classe entre nobreza, burguesia, artesãos e camponeses do início da Idade Moderna.
Na Suíça, os responsáveis pela Reforma foram Ulrich Zwinglio e João Calvino.

BIBLIOGRAFIA HISTÓRIA GERAL - Antônio Pedro e Florival Cáceres - Ed.Moderna.

ESBOÇO DE ESTUDO SOBRE REFORMA PROTESTANTE - FATOS PRECEDENTES
HISTÓRIA DA IGREJA ATÉ A IDADE MÉDIA (476 a 1453)
Transformação da igreja apostólica em Igreja Romana. Primeiro fora da bíblia.
Depois contra a bíblia. As heresias da ICAR:
304 - Papa
310 – reza pelos mortos.
320 – uso de velas.
381 – nome “católica”.
394 – missa.
416 – batismo de crianças.
431 – culto a Maria.
503 – purgatório.
787 – culto às imagens.
830 – ramos e água benta.
933 – canonização de “santos”.
1184 – inquisição. (A igreja antes perseguida torna-se perseguidora).
1190 – indulgências.
1200 – hóstia.
1215 – transubstanciação.
1216 – confissão auricular.
1476 – missas pagas.
???? - celibato, terço, rezas

Após a idade média:
1854 – Imaculada conceição.
1870 – Infalibilidade papal.
1950 – Assunção de Maria.

QUADRO MUNDIAL NA IDADE MÉDIA
Igreja + estado
Idade das trevas. Responsável: igreja.
A corrupção moral da ICAR: (devido ao celibato), escândalos sexuais, bebedeiras.
Controle da educação. Exclusividade da interpretação da bíblia. Uso do latim para conservar o povo na ignorância.
Comércio da icar – simonia – relíquias sagradas (panos, espinhos) - 1190 – indulgências - resultado – a icar possuía terras em toda parte. Pregava a simplicidade e vivia no luxo às custas do povo.
Centralização conceitual e prático na Idade Média – terra x universo – Europa x mundo – icar x humanidade
Grupos insatisfeitos eram perseguidos e dizimados – petrobusianos, albigenses, valdenses, anabatistas, etc.

PERÍODO DE REVOLUÇÕES – Início séc. 14
Motivo primordial, historicamente falando – econômico.
Cresce comércio, surge a burguesia, torna-se classe poderosa, ameaça a nobreza, crescem os reis.
A igreja é vista como exploradora, manipuladora.
Queda das centralizações. A burguesia busca novos mercados. Grandes navegações, grandes descobrimentos, grandes idéias - renascimento – busca da literatura antiga da era pré-icar, inclusive a bíblia. Universidades e Erasmo de Roterdã.
Para alcançar novos mercados, a burguesia precisava conhecer mais o mundo. Isso estimula o conhecimento científico (Leonardo da Vinci, Nicolau Copérnico, Kepler).
1456 – Gutemberg imprime a bíblia.

A REFORMA PROTESTANTE
Motivo imediato – indulgências (p/ basílica).
Diversos grupos viram nela a solução de seus problemas. Interesses políticos, econômicos e sociais.

SEUS PRECURSORES
John Huss – Boêmia (1420).
Wycliffe – Inglaterra. Suas idéias: Todo homem está perto de Deus. Pregação e estudo da bíblia é mais importante que sacramentos. Contra mosteiros e propriedades eclesiásticas.

SUAS FRENTES:
Martinho Lutero – Alemanha
Ulrick Zuinglio - Suiça
John Calvino e John Knox – Suiça (depois Ing)– predestinação – os burgueses eram vistos como os eleitos –
Organização republicana para a igreja. Consistório (presbitério) – hereges eram queimados –
calvinistas – presbiterianos – puritanos.
Henrique VIII – Reforma doméstica (divórcio) – Igreja anglicana - daí vieram os puritanos, batistas e metodistas muito tempo depois. (Aviv.séc.XVIII).

MARTINHO LUTERO – Alemanha - 95 teses em Wittenberg –
ameaçado, protegido, excomungado – igreja luterana - luteranos anabatistas -
ITENS - justificação pela fé (rm)
Rompeu com o papado.
Eliminou sacramentos (-2)
Confissão direta a Deus.
Interpretação individual da bíblia

ORIGEM DO NOME “PROTESTANTE” – 1529 – Papa Clemente VII tentou proibir a pregação do evangelho em alguns estados da Alemanha – Os cristãos não católicos promoveram um protesto público contra o papa.

CONTRA REFORMA (iniciativa católica)
1546 – Inclusão dos livros apócrifos na “bíblia católica”.
Missões jesuítas.
Organização e moralização da ICAR.

ANALOGIA – Judaísmo x cristianismo - catolicismo x protestantismo – Deus não tem compromisso com um nome ou uma empresa registrada em cartório. Um tabernáculo sem arca. Uma empresa x “2 ou 3 reunidos em meu nome”.

DENOMINAÇÕES – (divisões por motivos doutrinários e outros. Os avivamentos normalmente trazem divisão).
Históricas
Batista
Luterana
Presbiteriana
Metodista (daí veio a Igreja do Nazareno)

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Batista, presbiteriana, metodista congregacional,

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O QUE É O TEMPO?

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.

Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos.

Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar.

Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.

Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim, se nossa tia às vezes nos parece feia tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos, seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo.

Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos ah! os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.

Aí, de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?

E continuamos amadurecendo, ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer.

Mas perdemos peso!!! Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.

De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso. e perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir. perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.

Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. Que tenhamos rugas e boas lembranças. Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.

Afinal, o que é o tempo? Não é nada ...