sábado, 24 de janeiro de 2015

A PARTILHA DA AFRICA - ATIVIDADES

Questão 1
Quais os principais fatores responsáveis pelos conflitos no continente africano?
Resposta Questão 1
Os conflitos na África são consequências da divisão territorial estabelecida pelos colonizadores europeus, que não levaram em consideração as diferenças étnicas e culturais da população local, separando grupos étnicos que vivam em harmonia e colocando em uma mesma área, grupos rivais.
Outro fator responsável para o desencadeamento dos conflitos no continente africano é o baixo nível socioeconômico de muitos países, fome, miséria, além da instalação de governos ditatoriais.


Questão 2 - PUC/RIO
"O continente condenado"
"África em chamas"
As manchetes que atualmente são publicadas sobre a África, como as apresentadas acima, expressam o trágico quadro socioeconômico desse continente. Assinale a opção que NÃO inclui um aspecto desse quadro.
a) A baixa expectativa de vida de grande parte da população.
b) O número significativo de africanos contaminados com a Aids.
c) Os conflitos e guerras tribais envolvendo nações africanas.
d) As guerras civis estimuladas pelas potências imperialistas europeias.
e) O contingente de africanos fora de seus países de origem, em busca de trabalho.
Resposta Questão 2
a) Verdadeiro – O continente africano possui os países que apresentam as menores expectativas de vida do planeta. Entre eles estão: Serra Leoa (42,1 anos), Angola (42,1 anos) Ruanda (45,8 anos).
b) Verdadeiro – A AIDS é o principal fator de mortalidade na África. O continente possui mais de 70% dos portadores mundiais do vírus HIV. A dimensão da epidemia é tão grande, que interfere nas projeções demográficas do continente. Nos 38 países mais afetados, a população em 2015, deverá ser 10% menor do que seria na ausência da enfermidade.
c) Verdadeiro – Vários conflitos envolvendo grupos étnicos rivais são desencadeados no continente africano, ocasionando milhares de mortes e refugiados.
d) Falso – Atualmente, as grandes potências europeias não estimulam conflitos no continente africano. Esse processo ocorreu na fase de colonização durante o século XIX, além do XX, em consequência da Guerra Fria.
e) Verdadeiro – Os constantes conflitos internos, além da pobreza e “exclusão” do processo de globalização, provocam a emigração da população africana para outros países, em busca de trabalho e melhores condições de vida

Questão 3 - (UFRJ)
“Até o final da década de 80, existiam na África treze conflitos regionais (Angola, Etiópia, Libéria, Sudão, Chade, entre outros). Um ano depois, esse número diminuiu para seis, diante dos altos custos de sua manutenção. Com o relaxamento das tensões EUA-URSS (distensão), os países africanos também deixaram de ser o desencalhe de armas convencionais dos dois países. Entre 1984 e 1987, as despesas militares diminuíram de 5,2% do PNB, acumulado dos países em conflito para cerca de 4,3%. O cenário que resulta é desolador. Destruição econômica e destruição social, com a disseminação da fome e da epidemia da Aids.”
(OLIVA, J. e GIANSANTI, R. Espaço e modernidade: temas da geografia mundial. São Paulo: Atual, 1995).
Os conflitos existentes na África, juntamente com a fome e as epidemias, são elementos que constituem o triste cenário deste continente. Entre as explicações para compreendermos a existência dessas intermináveis guerras regionais, podemos apontar que:
a) A atual disputa pelo potencial mercado de alimentos impulsiona as grandes potências africanas a investirem maciçamente na produção e venda de armamentos.
b) O continente africano exerce importante papel estratégico nas relações políticas e ideológicas entre os países que compõem os blocos econômicos mundiais.
c) Os conflitos ocorrem por conta do interesse de diversas tribos, em constituírem um espaço comum africano para agregar as diversas comunidades em um mesmo grupo étnico-linguístico cultural.
d) As atuais fronteiras foram traçadas pelos colonizadores europeus sem respeitar a antiga organização tribal e a distribuição geográfica das etnias no continente.
e) As comunidades étnicas optaram por entrar em conflitos armados, estimulados pela inserção do capitalismo neoliberal e, principalmente, por conta dos diversos produtos industrializados disponíveis nos mercados africanos.
Resposta Questão 3
a) Falso – O continente africano não possui nenhum país que invista de forma expressiva na produção e venda de armamentos.
b) Falso – A África não participa de forma intensa do processo de globalização, pois seus índices econômicos são baixíssimos, portanto, não exerce papel importante nas relações dos blocos econômicos mundiais.
c) Falso – Não há o interesse em constituir um espaço comum africano com o mesmo grupo étnico-linguístico cultural. Os conflitos separatistas entre diferentes grupos étnicos ocorrem em escala regional, não havendo a pretensão de um grupo dominar em  todo o continente.
 d) Verdadeiro – O principal fator responsável pelos conflitos no continente africano foi a divisão territorial estabelecida pelos colonizadores europeus, que não consideraram as diferenças étnicas e culturais da população local. Esse processo proporcionou, e ainda proporciona, uma série de conflitos entre grupos étnicos rivais.
e) Falso – Não há diversidade de produtos industrializados na grande maioria dos países africanos, não sendo este, o motivo do surgimento dos conflitos entre os diferentes grupos étnicos.

Questão 4
Assinale a alternativa que reflete as condições sul-africanas:
a) Com o fim do Apartheid, vários países europeus romperam relações com a África do Sul, o que provocou uma forte crise econômica.
b) A ascensão de novos países emergentes como a Nigéria, tem provocado problemas sociais e econômicos à África do Sul.
c) Após um “boom” de crescimento pós-Apartheid, a África do Sul tem apresentado vários problemas que se refletem na sociedade local.
d) O fraco crescimento econômico do país é um obstáculo à absorção dos negros no mercado de trabalho.
e) O fim da política do Apartheid não conseguiu ainda promover de forma significativa a inclusão dos negros na economia.
Resposta Questão 4
a) Falso – O fim do Apartheid não rompeu as relações dos países europeus com a África do Sul.
b) Falso – A Nigéria não tem apresentado ascensão, portanto, não é responsável por nenhum tipo de problema socioeconômico na África do Sul.
c) Falso – O país não apresentou um extraordinário crescimento econômico  após o fim do Apartheid, não sendo motivo  de  problemas presentes na sociedade local.
d) Falso – O principal obstáculo para a inserção do negro no mercado de trabalho, são as consequências de tantos anos da política racial (Apartheid), onde a maioria dos negros não possuem qualificação profissional, além dos maiores empregadores serem brancos.
e) Verdadeiro – O fim do Apartheid não conseguiu estabelecer de forma expressiva a inclusão dos negros na economia. Após quase duas décadas de sua ocorrência, não foi possível promover uma política de inclusão da população negra nos meios de produção, persistindo vários problemas de ordem socioeconômica entre essas pessoas.

Questão 5  (Unifap)
A partilha do continente africano no final do século XIX pelos colonizadores europeus, criou as chamadas fronteiras artificiais. Grande parte destas fronteiras foi mantida após o processo de independência dos países africanos. Com base nesse contexto e nos conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar o que se segue.
(01) A definição de fronteiras artificiais refere-se ao fato de que diversas nações e grupos étnicos, muitos deles rivais, foram colocados dentro de um mesmo território colonial, não respeitando as suas diferenças.
(02) Com o processo de descolonização da África e a manutenção das fronteiras artificiais, intensificaram-se os conflitos pela disputa entre as etnias sobre o território.
(03) Dentro dessas fronteiras artificiais, no período entre as Grandes Guerras Mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética, interessados em aumentar sua influência no continente africano, financiaram e estimularam os conflitos.
(04) Além das fronteiras artificiais, outros fatores que têm motivado os conflitos dentro do território africano são os de ordem socioeconômica (pobreza e epidemias) e ambiental (desertificação e estresse hídrico).
Resposta Questão 5
(01) Verdadeiro – Os colonizadores não respeitaram as antigas organizações tribais, realizando fronteiras com distintos grupos étnicos e culturais num mesmo território.
(02) Verdadeiro – A descolonização dos países africanos promoveu o surgimento de novos países sobre a mesma base territorial construída pelos colonizadores europeus. Consequentemente, inúmeros conflitos étnicos pela disputa de poder foram desencadeados no interior desses territórios.
(03) Falso – Os Estados Unidos e a União Soviética promoveram o financiamento de armamentos para os países africanos, fornecendo aparato técnico e financeiro para os distintos grupos de guerrilheiros. No entanto, esse processo ocorreu durante a Guerra Fria, ou seja, após a Segunda Guerra Mundial.   
(04) Verdadeiro – A situação de fome e miséria de muitos países africanos é responsável pelo surgimento de conflitos armados.


A PARTILHA DA AFRICA - conteúdo 9o. ano


A divisão do continente africano teve seu início na segunda parte do século XIX. Porém, foi um pouco depois, na Conferência de Berlim  (1884 – 1885) que a delimitação das fronteiras da África atingiu seu ponto máximo. Nesta conferência foram decididas normas a serem obedecidas pelas potências colonizadoras. Apesar do intuito inicial da reunião ter sido o de acertar os limites de interesse econômicos destes países na região, não foi possível alcançar um equilíbrio entre as ambições imperialistas de cada nação. A partilha da África foi decidida por Rússia, EUA e 14 países da Europa.
Líder do imperialismo na época, a Inglaterra dominou o norte do Mar Mediterrâneo até o extremo Sul do continente africano, região onde se encontrava o Cabo da Boa Esperança. Um importante nome britânico neste processo foi o de Benjamin Disraeli, que conseguiu tomar o Canal de Suez  do completo domínio francês e egípcio. Este canal encurtava a distância entre os centros da indústria européia e as áreas de colonização da Ásia, além disso, ligava o mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Disraeli adquiriu ações do governo egípcio, fazendo com que o canal de Suez e todo Egito tivessem dupla administração: inglesa e francesa. Já em 1904, o governo inglês apoiou a França na conquista do Marrocos, tendo como moeda de troca o abandono dos franceses das terras egípcias. Por fim, em 1885, a Inglaterra ainda anexou o Sudão, país ao Sul do Egito.
A França, apesar de ter perdido o Egito para os britânicos, dominava Argélia, Tunísia, ilha de Madagascar, Somália Francesa, Marrocos e Sudão (depois dominado pela Inglaterra) desde 1830.
Guerras
Com a constante presença dos europeus no continente africano, desencadearam-se diversas disputas colonialistas. Uma delas foi a Guerra dos Bôeres(1899-1902). A Inglaterra, que dominava há muito tempo a Colônia do Cabo (África do Sul), entrou em conflito com os bôeres – colonos holandeses que dominavam Orange e Transvaal. A descoberta de ouro e diamantes na região e Joanesburgo, área dos bôeres, foi o que atraiu o interesse britânico. A Guerra dos Bôeres estourou em 1899 e foi até 1902. A Inglaterra saiu vitoriosa e anexou o território de Orange e Transvaal às suas colônias.
Outros países
A Alemanha dominava a região que atualmente é conhecida como República dos Camarões, Togo, sudeste e oriente da África. Já a Itália deteve o litoral da Líbia, Somália e Eritréia. A Bélgica ficou com o Congo.
Consequências
Esta divisão, feita de acordo com os interesses coloniais, criou conflitos na sociedade africana, problemas étnicos, econômicos e políticos. Nenhum regime político funcionou no continente. O socialismo não foi eficiente e os estados capitalistas tornaram-se tristes exemplos do mau funcionamento da economia liberal. A miséria que toma a população do continente tem origens na dívida externa que cresce a cada ano.
Veja abaixo a ocupação ao longo do final do século XIX.


Leia também:
Imperialismo na África
Fontes:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partilha_de_África
http://sinaisdahistoria.blogspot.com/2009/02/imperialismo-partilha-da-africa.html


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

REVOLUÇÃO FRANCESA - CRISE DO ANTIGO REGIME - PARTE I

Crise do Antigo Regime
A Revolução Francesa é um dos grandes acontecimentos históricos que marcaram a superação do feudalismo pelo capitalismo. É tradicionalmente utilizada para assinalar o início da Idade Contemporânea. Liderado pela burguesia, o movimento contou com a participação de vários grupos sociais: a população miserável das cidades, os pequenos produtores e comerciantes, os camponeses explorados pela servidão etc. Ao final do longo processo revolucionário, destruindo a decadente estrutura do Antigo Regime, a burguesia chegou ao poder e acabou com o privilégio de nascimento da nobreza. Mas, em seu lugar, colocou o privilégio social do dinheiro, da conquista de riquezas econômicas. Para entender o processo revolucionário francês, vamos conhecer a situação social, econômica e política da França, no final do século XVIII.

Sociedade: privilégios e desigualdades
Com 25 milhões de habitantes, no final do século XVIII, a França era o país mais populoso da Europa ocidental. No Antigo Regime, a sociedade francesa estava dividida juridicamente em três ordens ou estamentos sociais: o clero (primeiro estado); a nobreza (segundo estado); e o restante da população (terceiro estado). Cada uma dessas ordens dividia-se em diferentes grupos, por vezes rivais. Primeiro estado - Constituído pelo clero, o primeiro estado contava com aproximadamente 120 mil pessoas. Segundo estado - Constituído pela nobreza, o segundo estado contava com aproximadamente 350 mil pessoas.
Terceiro estado - Formado pela grande maioria da sociedade, o terceiro estado contava com mais de 24 milhões de pessoas, representando cerca de 96% de toda a população. Reunia diferentes grupos sociais, entre os quais podemos distinguir: a burguesia; os sans-culotte - camada social urbana de aproximadamente 200 mil pessoas, composta por artesãos, aprendizes de ofícios, assalariados e desempregados marginalizados; e os camponeses - trabalhadores livres e semi-livres e os servos presos às obrigações feudais. Crise econômica A economia francesa era predominantemente agrária e ainda mantinha a estrutura feudal. Embora aproximadamente 80% da população trabalhassem no campo, sua produção era insuficiente para atender toda a sociedade. Secas e inundações agravavam a situação da agricultura desde 1784. Uma sucessão de desastrosas colheitas provocava crise de abastecimento nas cidades. O preço dos alimentos subia assustadoramente, e o povo vivia numa situação de miséria e fome. Os pobres mal conseguiam comprar pão. A esse quadro de dificuldades somou-se ainda a grave crise da indústria francesa, devido, em grande parte, ao tratado firmado em 1786 com a Inglaterra. Por esse tratado, os ingleses exportariam tecidos para a França, enquanto os franceses exportariam vinhos para a Inglaterra. A indústria têxtil francesa, entretanto, não suportou a concorrência dos tecidos ingleses em seu mercado interno.
A crise industrial francesa provocou o desemprego de muitos operários, ampliando o número de famintos e marginalizados urbanos. Além de tudo isso, o governo francês atravessava séria crise financeira, que se acumulava desde o reinado de Luís XIV. As despesas do Estado eram muito superiores às receitas do tesouro público. O déficit era crônico e a única maneira de saná-lo seria promover uma reforma tributária que eliminasse a isenção de impostos concedida ao clero e à nobreza. Essas ordens, entretanto, não estavam dispostas a perder seus tradicionais privilégios. Situação política Os diversos grupos do terceiro estado, apesar das diferenças sociais, opunham-se aos privilégios concedidos à nobreza e ao clero. Reivindicavam um regime jurídico de igualdade de todos perante a lei, pois apenas o clero e a nobreza possuíam uma série de benefícios políticos e tributários. Dentre esses grupos, a burguesia, defendendo seus interesses econômicos e sociais, era o que adquiria cada vez mais consciência da necessidade de mudanças. A alta burguesia, sobretudo, acreditava que o desenvolvimento do capitalismo só ocorreria mediante uma reestruturação do Estado. Isso significava combater o absolutismo monárquico, a excessiva intervenção do Estado na economia, a intolerância filosófica e religiosa e os privilégios hereditários da nobreza e do clero. O fundamento filosófico dessas ideias era o Iluminismo. 
PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
O longo processo revolucionário francês (1789-1799) foi complexo e contraditório. Para melhor entendê-lo, os historiadores costumam dividi-lo em diferentes fases. Não havendo um consenso entre os historiadores sobre essa divisão, adotaremos aqui a seguinte:
Revolta aristocrática;
Assembleia Nacional Constituinte;
Monarquia constitucional;
República e Convenção Nacional;
Governo do Diretório.
Revolta aristocrática
Para solucionar a grave crise econômica da França, o rei Luís XVI viu-se obrigado a criar novos tributos para o terceiro estado, ou a acabar com a isenção tributária do primeiro e segundo estados. Sentindo seus privilégios tradicionais ameaçados, a nobreza e o clero se revoltaram, em 1787, e pressionaram o rei para que convocasse a Assembleia dos Estados Gerais. O objetivo era obrigar o terceiro estado a assumir os tributos. Contavam para isso com o próprio sistema tradicional de votação da Assembleia. A votação era feita por grupo, ou seja, cada ordem social tinha direito a apenas um voto, independentemente do número de representantes. Assim, clero e nobreza, unidos, teriam sempre dois votos contra apenas um voto do terceiro estado. No início de maio de 1789, a Assembleia dos Estados Gerais, convocada por Luís XVI, reuniu-se no Palácio de Versalhes, e logo surgiram os conflitos entre as ordens privilegiadas (nobreza e clero) e o terceiro estado. A nobreza e o clero queriam votar os projetos em separado, valendo o voto por ordem social. O terceiro estado, que tinha mais representantes que a nobreza e o clero juntos, não aceitou o sistema tradicional de votação. Exigiu que a votação fosse realizada pelo voto individual dos deputados, pois, assim, teria condições de vencer e fazer valer suas decisões. Afinal, os deputados representantes do terceiro estado eram majoritários na Assembleia e, ainda, passaram a contar com o apoio do baixo clero. Apoiados pelo rei, os representantes da nobreza e do clero não concordavam com a mudança na regra de votação pretendida pelo terceiro estado. O conflito entre as ordens paralisou os trabalhos.
Assembleia Nacional Constituinte
Em 17 de junho de 1789, os representantes do terceiro estado se revoltaram, proclamando-se em Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de elaborar uma Constituição para a França. O rei ordenou o fechamento da sala de reuniões, tentando dissolver a Assembleia Nacional. Mas o terceiro estado, liderado pela burguesia, transferiu-se para um salão de jogos do palácio, que era utilizado pela nobreza. Nesse local improvisado, os membros do terceiro estado decidiram permanecer reunidos até redigir uma Constituição para o país. Esse episódio ficou conhecido como o Juramento do Jogo da Pela. Luís XVI tentou reagir, organizando tropas para lutar contra o terceiro estado, mas a revolta popular já tomava as ruas. Um dos principais slogans lançados pelos revolucionários era: liberdade, igualdade e fraternidade.

Tomada da Bastilha
No dia 14 de julho de 1789, o povo, em massa, invadiu e tomou a velha prisão da Bastilha, símbolo do poder absoluto do rei, onde eram aprisionados os inimigos políticos da monarquia francesa. Além de libertar os prisioneiros, a multidão esperava apossar-se das armas estocadas na Bastilha e usá-las na defesa dos ideais do terceiro estado. De Paris, a revolta popular espalhou-se por toda a França. Fim do regime feudal e dos privilégios Sem forças para dominar a agitação política e social, o rei Luís XVI foi obrigado a reconhecer a legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte. Por sua vez, a Assembleia procurou tomar medidas de grande alcance popular para conter a fúria revolucionária das massas camponesa e urbana. Em 4 de agosto de 1789, a Assembleia aboliu o regime feudal, eliminando os direitos senhoriais sobre os camponeses, e acabou com os privilégios tributários do clero e da nobreza. Direitos do Homem No dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional proclamou a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Os principais pontos defendidos por esse documento foram:
§ o respeito pela dignidade da pessoa humana;
§ a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei;
§ o direito à propriedade individual;
§ o direito de resistência à opressão política;
§ a liberdade de pensamento e de opinião.
A partir do século XIX, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão alcançou grande influência na Europa, América e em toda parte onde começou a prevalecer o liberalismo democrático. Os princípios básicos desta Declaração foram incorporados às Constituições de muitos países do mundo.