Resumo:
Colonização da America Portuguesa.
A colonização da America
Portuguesa enquadra-se na perspectiva da política mercantilista e na etapa do
Capitalismo Comercial. O mercantilismo é a política econômica, na qual o Estado
faz a sua intervenção na economia.
1.Características do
mercantilismo:
a) metalismo.
Acreditava-se que a riqueza de um país era marcada pelo acumulo de metais
preciosos.
b) Balança Comercial
Favorável: Para o país ter uma economia desenvolvida era preciso exportar mais
e importar menos.
c) Sistema Colonial:
Através da colonização do Novo Mundo (América), os países europeus vão
enriquecer, acumular capital. A exploração das colônias se deu através do pacto
colonial. O pacto colonial subordinava a colônia a sua metrópole, e desta
maneira, cabia a metrópole tomar as decisões econômicas e políticas com relação
a colônia.
Período
Pré-Colonial: (1500-1530).
Nos trinta primeiros
anos da chegada dos portugueses ao Brasil, o governo português não tomou
medidas que visavam a colonização do Brasil. Nesse período, o interesse
econômico da metrópole portuguesa estava voltada para o comercio de especiarias
nas Índias, e para a exploração da costa africana ( ilhas de Açores, Cabo Verde
e Madeira). No entanto, Portugal enviava ao Brasil, expedições de Reconhecimento,
que tinham como principal objetivo buscar riquezas no território brasileiro.
Umas das riquezas encontradas no litoral, na Mata Atlântica, foi o pau-brasil,
que era utilizado principalmente para pintar tecidos, pois dele era extraída a
cor vermelha. Vejamos a seguir, as principais características do extrativismo do pau-brasil.
Características:
1.Estanco (o produto era
um monopólio real)
2.A extração era feita
com a mão-de-obra do índio, que recebia em troca do seu trabalho presentes,
bugigangas ( Essa troca de trabalho por presente é chamada de escambo)
3.A madeira era
armazenada em feitorias construídas no litoral.
4.O extrativismo do
pau-brasil foi uma atividade predatória.
No entanto, Portugal se
deparou com as invasões dos franceses que vinham ao Brasil roubar o pau-brasil.
Na tentativa de solucionar o problema, o governo português enviou as expedições
Guarda-Costas que tinham a função de vigiar o literal e evitar o contrabando do
pau-brasil.
Em 1530, o governo
português interessado em combater as invasões estrangeiras, e já que o comércio
com o oriente não era mais tão lucrativo, Portugal enviou a primeira expedição
de colonização, sob a chefia de Martim Afonso de Sousa, para iniciar a
colonização do Brasil.
Período
Colonial: (1530-1822)
Administração
1.Capitanias
Hereditárias
Para colonizar o Brasil,
o governo metropolitano implantou o primeiro sistema administrativo na colônia;
as Capitanias Hereditárias ou
Donatárias.
O Brasil foi dividido em
14 capitanias, e estas foram doadas a elementos da nobreza portuguesa. Neste
sistema administrativo, o poder era descentralizado e funcionava baseado em
dois documentos: a Carta de Doação e o Foral (documento no qual constava os
direitos e deveres dos donatários).
Somente São Vicente e o
Pernambuco prosperaram. O sucesso do Pernambuco estava relacionado a produção e
exportação do açúcar.
2. Governo Geral
Com o fracasso das
Capitanias hereditárias, o governo português resolveu implantar na colônia o Governo
Geral, que tinha como objetivo fazer a centralização e continuar a colonização.
1º. Tomé de Sousa.
Primeiro governador geral do Brasil. Para promover a centralização construiu a
primeira capital do Brasil; a cidade de Salvador. Além disso, o seu governo foi
marcado pela instalação do primeiro Bispado na Colônia. Dessa maneira, nascia
uma aliança entre a Igreja e o Estado no processo da colonização do Brasil.
2º. Duarte da Costa. Foi
no seu governo, que os franceses instalaram no Rio de Janeiro a sua colônia, França
Antártica. Os franceses invadiram o Brasil, pois fugiam das guerras religiosas
(católicos contra protestantes) ocorridas em seu país.
3º. Mem de Sá. No seu
governo ocorreu a Confederação dos Tamoios, guerra ocorrida entre os índios e
português. Os índios contaram com o apoio dos franceses. Após combater os
índios, os portugueses expulsaram os franceses do Brasil.
Para administrar as
vilas, foram criadas as Câmaras Municipais, formada pelos homens-bons, que eram
os membros da aristocracia brasileira, isto é, proprietários de terras e escravos.
Economia colonial
A cana-de-açúcar foi a
atividade econômica que promoveu a colonização do Brasil. O principal centro de
produção de açúcar foi a Capitania do Pernambuco. Dentre os motivos que
explicam o seu sucesso podemos mencionar a riqueza do solo (massapé), o clima,
a proximidade da Europa e a presença do capital holandês. Os holandeses
financiaram a produção do açúcar e em troca receberam o monopólio do refino e
da distribuição do açúcar na Europa. O açúcar foi a principal atividade
econômica do Brasil, nos século XVI e XVII.
Características a
economia açucareira:
Como colônia de
exploração, a economia brasileira apresentava as seguintes características:
latifúndio, monocultura, mercado externo e escravidão ( predomínio da
escravidão negra). Essas características eram típicas das colônias de
exploração e é denominada de plantation.
O açúcar era produzido
nos engenhos. O engenho era composto pela Casa-Grande, senzala, capela e Casa
de Fabricar o açúcar.
No século XVII, com a
expulsão dos holandeses do nordeste e a produção do açúcar nas Antilhas, a
produção do açúcar no Brasil, entrou em decadência.
Sociedade
Colonial (Século XVI, XVII)
A sociedade do açúcar
era formada por grupos sociais básicos; os senhores de engenhos e os escravos.
Era uma sociedade patriarcal (valorização do homem, marginalização da mulher),
rural, estamental (rígida, sem mobilidade social, marcada pelo nascimento) e
escravista. A base do trabalho era o negro na escravidão.
Os negros eram vistos
como mercadorias, e representavam uma fonte de acumulação de capital. Contudo,
os negros não foram passivos á escravidão, pelo contrário, desenvolveram estratégias de resistência a
escravidão. Por exemplo, fugiam, cometiam suicídio, assassinavam os senhores,
mais com certeza, a maior expressão de sua resistência foi a formação dos
quilombos.
Os quilombos eram
comunidades formadas por negros que fugiram dos seus proprietários, e para os
negros eram sinônimos de liberdade. O maior quilombo do período colonial foi
Palmares, localizado no atual Estado de Alagoas. Esse quilombo era chefiado por
Zumbi e foi destruído no século XVII, pelo bandeirante Domingos Jorge Velho.
União Ibérica
(1580-1640)
Em 1580, Felipe II
(dinastia de Habsburgo), rei da Espanha tornou-se também rei de Portugal iniciando
dessa maneira o período da União Ibérica.
Felipe II tinha como
inimigo político a Holanda, e por isso, decretou embargo comercial aos
holandeses. Desta forma, os holandeses estavam proibidos de comercializar com
os territórios pertencentes a Felipe II.
Lembremos que os
holandeses tinham capitais investidos na produção do açúcar no nordeste, como
também o monopólio do refino e distribuição.
A Holanda em represália
ao embargo comercial estabelecido por Felipe II resolveu invadir o Brasil. Os
holandeses invadiram primeiramente a Bahia, no entanto, não conseguiram
conquistá-la, e a seguir invadiram o Pernambuco, sendo vitoriosos. Depois da
conquista da Capitania do Pernambuco acabaram estendendo o seu domínio no
nordeste, porém a Bahia continuou sob o domínio de Felipe II.
Para administrar os
territórios conquistados no nordeste, os holandeses enviaram ao Brasil,
Maurício de Nassau. O nordeste seria governado atendendo aos interesses da
empresa holandesa Companhia das Indias Ocidentais (WIC), isto é, o açúcar.
Ao chegar ao nordeste,
Nassau tomou importantes medidas, como:
Emprestou capital aos
senhores de engenho.
Remodelou o Recife.
Concedeu liberdade
religiosa.
Incentivou cientistas
holandeses para pesquisar a fauna e a flora brasileira, como também trouxe
pintores para retratar a exuberância da natureza brasileira.
Expansão
Territorial.
Como vimos
anteriormente, o Tratado de Tordesilhas estabeleceu que os portugueses teriam a
posse do litoral brasileiro, enquanto que a região oeste ( Amazônia, Mato Grosso,
Rio Grande do Sul ) pertencia aos espanhóis.
Entretanto, os
portugueses acabaram entrando no território dos espanhóis e conquistando a
região oeste. A penetração no interior da colônia foi motivada pela coleta das
drogas do sertão, da pecuária e das bandeiras.
Drogas do Sertão: eram
produtos do extrativismo vegetal encontrados na floresta amazônica, como o
guaraná, o cacau, e as ervas medicinais. A extração dessas especiarias era
feita pelos índios, que viviam com os padres jesuítas nas Missões.
As missões religiosas
eram dirigidas pelos jesuítas, que vieram ao Brasil com o objetivo de
catequizar o índio. Os índios das missões falavam português, rezavam, cantavam
hinos, isto é, foram aculturados pelos jesuítas.
Pecuária.
Outro fator importante
na ocupação do território foi a pecuária. O gado foi introduzido na colônia
primeiramente no litoral, e como uma atividade complementar da cana-de-açúcar.
No entanto, a medida que o gado procriou, o rebanho foi conduzido a outras
regiões do Brasil, como por exemplo, ao sertão nordestino, aos pampas gaúchos e
a Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, com a finalidade de abastecer a região
produtora de ouro.
Bandeiras
As bandeiras eram
expedições particulares que partiam de São Vicente em direção ao interior do
Brasil conquistando para Portugal o território dos espanhóis.
As bandeiras eram
compostas por homens livres pobres, e índios. O saber dos índios foi
fundamental para a expansão bandeirante, uma vez, que eram os índios que
construíam as canoas, descobriram os caminhos por terra e pelos rios, e
conheciam as ervas medicinais para curar os homens que adoeciam durante a
viagem.
Principais tipos de
bandeiras:
Caça ao índio ou
Apresamento: eram as bandeiras que penetravam no interior da colônia com a
intenção de capturar os índios para levá-los a escravidão.
Mineração ou Prospecção:
eram as bandeiras que partiam de São Paulo com o objetivo de encontrar riquezas
minerais no interior do Brasil.
Sertanismo de Contrato:
eram bandeiras alugadas pelos proprietários de escravos para capturar os negros
foragidos e destruir os quilombos.
Monções: eram expedições
de comércio e de abastecimento que partiam de São Paulo através do rio Tietê em
direção as minas de Cuiabá. Traziam as minas de Cuiabá, autoridades
governamentais, padres, escravos, aventureiros, alimentos, ferramentas de
trabalho e voltavam levando o ouro extraído nas Minas.
Durante muito tempo, os
historiadores apresentavam os bandeirantes como verdadeiros heróis, no entanto,
atualmente essa visão heróica é combatida, pois os bandeirantes escravizaram
índios, atacavam as missões, e foram responsáveis pelo extermínio de muitos
índios. No entanto, não podemos deixar de considerar que eles foram
responsáveis pela expansão do território brasileiro.
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