Nascido em 1889, na
cidade austríaca de Braunau, Alta Áustria, Adolf Hitler era filho de Alois
Hitler, funcionário aduaneiro. Sua mãe, Klara Hitler era prima de seu pai e foi
até a casa de Alois para cuidar da sua mulher que já se apresentava adoentada e
prestes a morrer. Depois de enviuvar-se, Louis decidiu casar-se com Klara. Para
isso, teve que pedir permissão à Igreja Católica, que só liberou o casamento
depois da gravidez de Klara.
Do matrimônio de
Louis e Klara nasceram dois filhos: Adolf e Paula. Durante os primeiros anos de
sua juventude, Adolf era conhecido como um rapaz inteligente e mal-humorado. Na
adolescência, foi duas vezes reprovado no exame de admissão da Escola de Linz. Nesse
mesmo período começou a formular suas primeiras ideias de caráter antissemita,
sendo fortemente influenciado pelo professor chamado Leopold Poetsch.
A relação de Hitler com seus pais era bastante ambígua. À mãe, dedicava extremo
carinho e dedicação. Com o pai tinha uma relação conflituosa, marcada
principalmente pela oposição que Louis fazia ao interesse de Adolf pelas artes
e pela arquitetura. Frustrado com o seu insucesso na sequência de seus estudos,
Hitler mudou-se para Viena, aos 21 anos, vivendo de pequenos expedientes.
Vivendo em condições precárias, mudou-se para Munique quando tinha 25 anos de
idade.
Com a explosão da Primeira Guerra Mundial, decidiu se alistar voluntariamente
no Exército Alemão, incorporando o 16º Regimento de Infantaria Bávaro. Lutando
bravamente nos campos de batalha, conquistou condecorações por bravura durante
sua atuação militar e recomendações de um superior de origem judaica. Depois de
se recuperar de uma cegueira temporária, voltou para Munique trabalhando no
departamento de imprensa e propaganda do Quarto Comando das Forças Armadas.
Em 1919, depois de presenciar a derrota militar alemã, filiou-se a um pequeno
grupo político chamado Partido Trabalhista Alemão. Em meio às mazelas que o
povo alemão enfrentava, esse partido discutia soluções extremas mediante os
problemas da Alemanha. Entre outros pontos, pregavam a extinção dos tratados da
Primeira Guerra, a exclusão socioeconômica da população judaica, melhorias no
campo econômico e a igualdade de direitos políticos.
Utilizando seus grandes dotes oratórios, Hitler começou a angariar a adesão de
novos partidários e propôs a mudança do partido para o nome de Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. A renovação do nome acompanhou a
criação de uma nova simbologia ao partido (uma bandeira vermelha com uma cruz
gamada) e a incorporação de milícias comprometidas a defender o ideal do
partido. As chamadas Seções de Assalto (SA) eram incumbidas de perturbar as
reuniões de grupos marxistas, estrangeiros e comunistas.
Dois anos depois de integrar o partido, Hitler tornara-se chefe supremo do
Partido Nazista (contração do termo alemão “Nationalsozialist”). Agrupado a um
pequeno grupo de partidários, Hitler esboçou um golpe político que foi contido
pelas autoridades alemãs. No ano de 1923, foi condenado a cinco anos de prisão,
dos quais só cumpriu apenas oito meses. Nesse meio tempo, escreveu as primeiras
linhas de sua obra (um misto de autobiografia e manifesto político) chamada
“Mein Kampf” (Minha Luta).
Liberto, resolveu remodelar as diretrizes de seu partido incorporando
diretrizes do fascismo, noções de disciplina rígida e a formação de grupos
paramilitares. Adotando uma teoria de cunho racista, Hitler dizia que o povo
alemão era descendente da raça ariana, destinada a empreender a construção de
uma nação forte e próspera. Para isso deveriam vetar a diversidade étnica em
seu território, que perderia suas forças produtivas para raças descomprometidas
com os arianos.
No campo político, o partido de Hitler era contrário à definição de um regime
político pluripartidário. A diferença ideológica dos partidos somente serviu
para a desunião de uma nação que deveria estar engajada em ideais maiores.
Dessa forma, as liberdades democráticas eram vetadas em favor de um único partido
liderado por uma única autoridade (no caso, Hitler), que estaria comprometido
com a constituição de uma nação soberana. Entre outras coisas, Hitler defendia
a construção de um “espaço vital” necessário para a nação ariana cumprir seu
destino.
O ideário nazista, prometendo prosperidade e o fim da miséria do povo alemão,
alcançou grande popularidade com a crise de 1929. Os nazistas organizavam
grandes manifestações públicas onde o ataque aos judeus, marxista, comunistas e
democratas eram sistematicamente criticados. Prometendo trabalho e o fim das
imposições do Tratado de Versalhes, os nazistas pareciam prometer ao povo
alemão tudo que ele mais precisava. Em pouco tempo, grupos empresariais
financiaram o Partido Nazista.
No início da década de 1930, o partido tinha alcançado uma vitória expressiva
que se manifestou na presença predominante de deputados nazistas, ocupando as
cadeiras do Poder Legislativo alemão. No ano de 1932, Hitler perdeu as eleições
presidenciais para o marechal Hindenburg. No ano seguinte, não suportando as
pressões da crise econômica alemã, o presidente convocou Hilter para ocupar a
cadeira de chanceler. Em pouco tempo, Hitler conseguiu empreender sucessivos
golpes políticos que lhe deram o controle absoluto da Alemanha.
Depois de aniquilar dissidentes no interior do partido, na chamada Noite dos
Longos Punhais, Hitler começou a colocar em prática o conjunto de medidas
defendidas por ele e o partido nazista. Organizando várias intervenções na
economia, com os chamados Planos Quadrienais, Hitler conseguiu ampliar as
frentes de trabalho e reaquecer a indústria alemã. A rápida ascensão econômica
veio seguida pela ampliação das matérias primas e dos mercados consumidores.
Foi nesse momento que a teoria do Espaço Vital fora colocada em prática.
Hitler, tornando-se um grande líder carismático e ardoroso estrategista, impôs
à Europa as necessidades do Estado nazista. Depois de exigir o domínio da
região dos Sudetos e assinar acordos de não agressão com os russos, o governo
nazista tinha condições plenas de por em prática seu grande projeto
expansionista. Com o início da Segunda Guerra, Hitler obteve grandes vitórias
que pareciam lhe garantir o controle de um amplo território, suas profecias
pareciam se cumprir.
Somente após a invasão à Rússia e a entrada dos EUA no conflito, a dominação
das forças nazistas pôde ser revertida. A vitória dos Aliados entre 1943 e 1944
colocou Hitler em uma situação extremamente penosa. Resistindo à derrota,
Hitler resolveu se refugiar em seu bunker, em Berlim. Himmler, um dos generais
da alta cúpula nazista, tentou assinar um termo de rendição sem o consentimento
de Adolf Hitler. O acordo foi rejeitado pelos Aliados, que continuaram a atacar
as tropas alemãs.
Indignado, Hilter resolveu substituir Himmler pelo comandante Hermann Gering,
que logo pediu para assumir o governo alemão. Irritado com seus comandados, em
um último ato, Hilter nomeou Karl Doenitz como presidente da Alemanha e Joseph
Goebbeles, chanceler. Em 30 de abril de 1945, sem oferecer nenhum tipo de
resistência militar, Goebbeles, Hitler e sua esposa, Eva Braun, suicidaram-se.
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