sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA - A REVOLUÇÃO RUSSA


No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, a França, a Alemanha e a Áustria, era uma das maiores potências européias, porém enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se industrializavam, a Rússia não se modernizava.

A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na agricultura. Os servostrabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de modernizar as plantações.

O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.

Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.

Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão

- Vendeu terras aos camponeses
- Mandou ocupar novas áreas agrícolas

Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas conseqüências graves, como por exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e revolta.

A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização, isso permitiu que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas, conseqüentemente entre os anos de 1880 e 1900 e Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.

Enquanto o país se modernizava o  absolutismocontinuava intacto e isso causava descontentamento entre a população que se unia cada vez mais.

Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.

Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento (Duma).

Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranqüilidade, pois houve uma alta no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.

Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas idéias de Karl Marx, eles acreditavam que todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse implantado.

Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força, eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas.

Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar, porém o combate trouxe algumas conseqüências:
- Desorganização da economia
- Fome, pobreza e racionamento
- Saques, passeatas e protestos contra o czar
- Renúncia do czar em 1917 diante da pressão popular

A deposição do Imperador não trouxe tranqüilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se dar entre os elementos da oposição.

Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como:
- Anistia para presos políticos
- Liberdade de imprensa
- Redução da jornada de trabalho para 8h.

Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam melhores salários) não gostaram.

Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.

Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.

Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.

Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde todos fossem iguais e livres.

Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza
e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos,etc)

A idéia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem propriedade não haveria exploradores e explorados.

Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e iguais.

Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.

Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.

No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.

Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o aumento das desigualdades sociais.

Em termos políticos o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.

Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o poder. Stálin saiu vencedor.

Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.

Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas fazendas.

Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stálin na URSS mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.

 

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