Ao longo das décadas de 1960 e 1970, características típicas do crescimento econômico acelerado como o aumento populacional, a expansão da desnutrição nas regiões menos favorecidas e as dúvidas quanto aos recursos não renováveis, fez com que o chamado Clube de Roma investigasse e produzisse, em 1974, o importante relatório “The Limits do Growth”, cujo conteúdo apontava as principais preocupações ambientais dos países membros.
Para os autores envolvidos, a saída para essa questão estava plenamente ao alcance dos homens, dependendo apenas de uma decisão política em assumir os custos de uma nova postura econômica frente ao meio ambiente.
A cooperação entre as nações, a conscientização e o planejamento global em busca de um equilíbrio, seriam os meios viáveis e eficientes na transformação da percepção individual e dos Estados.
Embora lento e de custos altos, esse seria o único caminho rumo a uma mudança que de fato pudesse garantir um futuro harmônico entre o homem, o desenvolvimento econômico e o meio ambiente.
O principal elemento apontado por este trabalho, portanto, foi indicar a necessidade de se alterar os valores sociais frente a limitação ambiental em termos de renovação de recursos e capacidade de sobrevivência sob a exploração industrial, além de questionar as bases do comportamento humano sobre a natureza e o meio ambiente.
Interessante observar que, assim como outros relatórios e pesquisas que ainda surgiriam no contexto global, o trabalho desenvolvido pelo Clube de Roma deixa uma importante e fundamental lacuna: e qual seria então o modelo a ser adotado?
A questão girou em torno da denuncia dos problemas decorrentes da degradação e do modelo de industrialização e seus impactos no meio ambiente. Ademais, a conscientização em si não era um instrumento final nas mudanças políticas globais se não fosse oferecido, também, alternativas ao modo de produção que indicassem caminhos ou posturas a seguir.
Visando preencher essa lacuna, em 1976, um novo relatório é produzido a partir do encontro realizado na Áustria, e buscava indicar os caminhos para uma nova ordem internacional factível e praticável aos estadistas e grupos sociais em geral.
Essa ordem, ou modelo de governança, deveria atender as demandas urgentes das populações contemporâneas e futuras.
Desse encontro resultou a Declaração e Programa de Ação, que recomendava a institucionalização do tema através de organismos internacionais para a questão ambiental e a responsabilidade da sociedade em assegurar a satisfação das necessidades individuais e coletivas sem comprometer a renovação ambiental e sem promover ainda mais degradação.
Em termos de institucionalização, os autores pensaram em confederações funcionais de organizações sem centralização operacional – que permaneceria local ou regional – mas, por outro lado, com centralidade no âmbito dos debates e decisões relacionados ao meio ambiente. O tema e os debates, portanto, deveriam ser vistos de forma comum por todos os países envolvidos, ficando a cargo de cada um promover políticas e instrumentos legais para por em prática uma postura responsável quanto a questão ambiental.
Outro elemento de grande importância deste relatório foi a ideia de “eco-desenvolvimento”, trazendo pela primeira vez ao debate internacional uma postura diferenciada de desenvolvimento econômico e industrial, baseado na premissa ambiental de limites e posturas voltadas à preservação da natureza e garantia dos recursos para as gerações futuras. O chamado “eco-desenvolvimento” demandava não uma solução única em termos globais, ao contrário, recomendava a pesquisa de soluções especificas para questões regionais.
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